A calma voltou timidamente à cidade de Kinshasa, após os confrontos de sexta-feira e sábado últimos, que se seguiram à proclamação dos resultados provisórios das eleições presidenciais de 28 de Novembro, que consagram a reeleição do Presidente Joseph Kabila, e que fizeram oito mortos, numerosos feridos e avultados danos materiais em vários distritos da capital congolesa, noticiou ontem a Pana Press.
Os transportes colectivos retomaram o tráfego e as bombas de combustível reabriram.
O comércio retomou igualmente a sua vida normal. Durante um encontro com a imprensa, o comissário geral da Polícia Nacional Congolesa (NPC), general Charles Bisengimana, indicou que os agentes desdobrados para proteger a cidade de Kinshasa reprimiram assaltantes de lojas e de habitações.
Para os conter, os agentes utilizaram gás lacrimogéneo e balas reais no bairro Mombele, no distrito de Limete, contra manifestantes armados, fazendo três vítimas incluindo um polícia e uma mulher. O confronto com um grupo de jovens que atacou sábado a guarda da residência do vice-presidente da Comissão Nacional Eleitoral Independente fez igualmente um morto.Sábado, o ministro congolês da Comunicação e porta-voz do governo congolês, Lambert Mende Omalanga, declarou que o Estado congolês vai aplicar as disposições penais da lei eleitoral contra qualquer pessoa que perturbar ou incitar à violência ou prejudicar a ordem pública. Esta advertência endereçava-se ao líder da oposição, Etienne Tshisekedi, que rejeitou os resultados provisórios das eleições presidenciais e se autoproclamou Presidente eleito.
“O governo congolês já não vai tolerar desordens e tem o dever de proteger os cidadãos congoleses e estrangeiros que vivem no país contra os que danificam e pilham”, advertiu o ministro.
Após a proclamação dos resultados provisórios das eleições presidenciais sexta-feira, apoiantes do Presidente eleito festejaram a vitória nas principais artérias da cidade de Kinshasa, enquanto os apoiantes do candidato derrotado, Etienne Tshisekedi, atacaram lojas e residências, queimando pneus nas artérias para protestar contra a eleição de Joseph Kabila.
O Presidente Joseph Kabila, reconheceu segunda-feira, em Kinshasa ter havido “erros” durante a eleição presidencial de 28 de Novembro de 2011 mas sem significado e que não invalidam os resultados do escrutínio. “Com certeza que houve faltas e erros como outras eleições no continente e noutras paragens. Mas isto não põe em dúvida a credibilidade das eleições” declarou Kabila à BBC.
Sustentou que “queríamos organizar eleições perfeitas mas não conseguimos a 100 por cento. Reconheço que é um grande desafio, mas se comparadas às eleições de 2006, essas foram muito melhores”, afirmou.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP