O Governo de Cabo Verde anunciou hoje que decidiu reestruturar e investir na agência de notícias Inforpress, conforme recomenda um estudo solicitado pela tutela, que estima o investimento necessário em cerca de 400 mil euros.
“O Governo tomou a decisão política de reestruturar e investir na agência noticiosa Inforpress em nome da democracia, do aprofundamento da liberdade de imprensa, da pluralidade, da isenção e da qualidade da informação”, disse hoje o ministro da Presidência do Conselho de Ministros.
Fernando Elísio Freire, que falava durante a habitual conferência de imprensa após a reunião de quinta-feira do Conselho de Ministros, informou ainda que será feito, a partir deste mês, um reajustamento do subsídio atribuído à agência.
Este ano o reforço global do subsídio será de 6,9 milhões de escudos (cerca de 62 mil euros), enquanto em 2018 atingirá 10,5 milhões de escudos (cerca de 95 mil euros).
A Inforpress recebe 35 milhões de escudos (cerca de 320 mil euros) de subsídio anual do Estado.
Paralelamente, disse Fernando Elísio Freire, o executivo irá avançar “com o plano de reestruturação da empresa com vista ao seu relançamento como agência noticiosa de excelência”.
Questionado sobre as implicações da reestruturação no quadro de pessoal da agência, Fernando Elísio Freire adiantou que não está previsto qualquer plano de rescisões.
“A grande decisão política é de manter, reestruturar e revigorar a Inforpress”, disse, considerando “fundamental” que a agência “continue a exercer o seu papel” com um “plano de reestruturação bem definido”.
Disse ainda que o referido plano será apresentado “proximamente” pelo Ministério da Cultura e Indústrias Criativas, que tutela a comunicação social.
“É intenção deste Governo ter uma agência de notícias de excelência que preste um serviço de qualidade para fortalecimento da área da comunicação social”, disse Freire.
A decisão de reestruturar e investir na agência de notícias foi tomada quinta-feira em Conselho de Ministros, onde esteve em análise um estudo, encomendado pelo Governo, sobre a viabilidade da empresa.
De acordo com o estudo da PD Consult, o cenário que melhor assegura o futuro da agência e o cumprimento do programa do Executivo passa pela “reestruturação e reposicionamento do modelo de negócio”.
“É nosso entendimento que o melhor cenário é reestruturar e reposicionar a Inforpress, o que pressupõe um investimento inicial de 45,5 milhões de escudos (412 mil euros) na modernização tecnológica da empresa e no alargamento da sua cobertura territorial (com mais cinco delegações no país e três no exterior), e um aumento do valor do subsídio do Estado para a acomodar o impacto na nova estrutura”, adianta o estudo.
O documento aponta ainda como melhor forma de financiamento para o investimento necessário a realização de um empréstimo bancário garantido pela hipoteca do edifício-sede da empresa, localizado na Achada de Santo António, na cidade da Praia.
Esta opção não exigiria, segundo o estudo, aumento de capital da Inforpress, com a correspondente mobilização de recursos do Orçamento do Estado, e dispensaria também a necessidade de aval do Estado ao crédito.
O impacto financeiro da reestruturação e modernização “seria diluído ao longo do tempo” através do aumento do subsídio mensal para cinco milhões de escudos (cerca de 45 mil euros) a partir do orçamento de 2018, segundo o documento.
A agência pública vive momentos de incerteza, depois de o Governo do Movimento para a Democracia (MpD) ter oficialmente revertido a fusão com a empresa de rádio e televisão públicas, e o estudo visava apontar caminhos para o futuro da empresa. (Lusa)
por CFF/EL
