Praia, Cabo Verde – O Banco Internacional de Crédito (BIC), instituição bancária privada luso-angolana, anunciou esta sexta-feira, na cidade da Praia, a sua entrada no mercado financeiro cabo-verdiano com um volume de investimento inicial de 30 milhões de euros, soube a PANA de fonte empresarial.
A criação da sucursal do BIC, denominada BIC Cabo Verde, surge na sequência da aquisição da sucursal ao Estado português do antigo Banco Português de Negócios (BPN) no arquipélago.
Segundo uma fonte desta instituição financeira, com 65 porcento de capital angolano e 35 porcento português, a criação da filial cabo-verdiana constitui mais um passo no plano estratégico de expansão internacional da marca BIC.
Essa expansão internacional, acrescenta, contempla ainda a abertura de um escritório na África do Sul, a concretização da operação de aquisição de banco múltiplo no Brasil, assim como o lançamento de uma operação bancária na Namíbia.
Em Cabo Verde, o banco tem como objetivo, a curto prazo, alargar o âmbito da sua atividade, tornando-se numa instituição financeira plana, passando a operar com as empresas, os particulares e os demais agentes económicos residentes em Cabo Verde.
Na apresentação da nova instituição financeira, num dos hotéis da capital cabo-verdiana, o presidente do Conselho de Administração do BIC, Fernando Teles, fez questão de esclarecer que o investimento do BIC em Cabo Verde é dos acionistas e não de Portugal e nem de Angola.
A venda da filial de Cabo Verde do BPN ao banco BIC foi concretizada no passado mês de outubro por 30 milhões de euros.
As autoridades cabo-verdianas já tinham autorizado em agosto a compra da totalidade do capital social do Banco Português de Negócios – Instituição Financeira Internacional (BPN – IFI) Cabo Verde pelo Banco BIC.
De acordo com uma portaria publicada no Boletim Oficial nº37, de 24 de julho, a nova instituição internacional, com a designação de Banco BIC Cabo Verde, passou a ter licença para praticar “todas as operações financeiras permitidas pela lei aplicável no país”.
A decisão governamental de autorizar a aquisição da totalidade do capital do BPN-IFI foi tomada após parecer do Banco de Cabo Verde (BCV), que regulamenta o direito de estabelecimento das instituições financeiras no arquipélago.
O BPN tinha adquirido, em 2002, o Banco Insular de Cabo Verde, que em 2008 foi apontado pelas autoridades portuguesas como estando associado a “um buraco financeiro” que levou o Governo português a nacionalizar aquela instituição financeira e todas as suas participadas, incluindo a cabo-verdiana.
Com a venda do BPN Cabo Verde, o Governo português deu continuidade ao processo de venda das participações sociais que foram transferidas do Banco Português de Negócios, S.A. para o Estado em fevereiro de 2012. (panapress.com)
