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    Brasil critica ‘falta de independência e transparência’ da OMS

    O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou nesta terça-feira (9) a “falta de independência, transparência e coerência” da Organização Mundial da Saúde (OMS) na luta contra o coronavírus.

    “Temos que examinar, é uma questão de influência política, é uma questão de influência de atores não estatais na OMS, é uma questão de métodos de transparência”, declarou Araújo durante uma reunião de gabinete com o presidente Jair Bolsonaro.

    O chanceler apontou especificamente para a “falta” de coerência do organismo ao fornecer diretrizes sobre “a origem do vírus, o contágio, os meios de prevenção, o confinamento, o uso de hidroxicloroquina, o equipamento de proteção e agora a transmissão por assintomáticos.”

    Na sexta-feira passada, Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil da OMS, acusando a agência de “trabalhar com viés ideológico”.

    Araújo lembrou que os membros da OMS adotaram uma resolução em 19 de maio que prevê a “avaliação independente” da resposta à pandemia.

    Mas o chefe da diplomacia brasileira pediu que essa investigação fosse realizada rapidamente.

    “Alguns dizem que temos que esperar pelo fim da pandemia (…), mas acredito claramente que não, porque todos os dias as decisões que vão e voltam da OMS prejudicam os esforços de todos os países”, explicou.

    “Estamos coordenando com a Austrália, a União Europeia e outros países o exame essencial do que está acontecendo na OMS”, acrescentou Araújo, para quem o objetivo final é alcançar um “processo de reforma” da organização internacional.

    Durante a reunião de gabinete, Bolsonaro lembrou a mais recente controvérsia após a declaração de Maria Van Kerkhove, uma importante autoridade da OMS, que disse na segunda-feira que a transmissão do novo coronavírus por pessoas assintomáticas parecia “muito rara”.

    “Se dissermos que a transmissão por pessoas assintomáticas é quase zero (…) isso pode sinalizar uma abertura mais rápida do comércio”, afirmou Bolsonaro, que desde o início da pandemia criticou as medidas de confinamento social adotadas pelos governadores e prefeitos.

    Mas a OMS teve que esclarecer nesta terça-feira um “mal-entendido” sobre o assintomático.

    “Eu usei o termo ‘muito rara’, mas é um mal-entendido, eu estava me referindo a um pequeno grupo de estudos”, disse Van Kerkhove.

    O Brasil é um dos principais centros da pandemia, com mais de 37.000 mortes, o terceiro número mais alto do mundo, atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido.

    Na segunda-feira, a OMS pediu ao Brasil “mais transparência” na divulgação de dados sobre o coronavírus, que na semana passada foram publicados erroneamente, causando grande confusão.

    O governo brasileiro está ideologicamente alinhado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que no final de maio anunciou a ruptura de seu país com a OMS, que ele acusa de ter agido como um “fantoche” da China desde o início da crise da saúde.

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