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    Bispo do Namibe critica festas do kuduro e da cerveja

    A promoção de maratonas de cervejas, de danças, como o kuduro, a famosa dança do kambwá e outras, são alheias aos valores da cultura angolana, mas confundidas com a manifestação cultural ou expressões culturais que, erradamente, vão passando silenciosamente, além fronteiras fazendo crer ao mundo e aos cidadãos menos atentos, como sendo cultura angolana, aliada ao batuque e à dança.

    Na reflexão à recente mensagem do Santo Padre, por ocasião do Ano Novo 2012, a Voz de América foi ao bispado e ouviu Dom Dionísio Hisilenapo, que se manifestou preocupado com o descaminho que a juventude angolana está sendo levada.

    “Há um problema sociológico, etnográfico, etnolinguístico e também antropológico,na percepção do que é um valor, do que é uma cultura, porque a tendência que muitas das vezes se faz passar é a de que, quando se fala da nossa cultura, significa apenas dançar, não vale a pena dizer aqui o tipo de música, enfim. Essa vida de maratonas de cervejas põe em causa a vida da juventude», esclareceu o prelado.

    O Bispo da diocese do Namíbe chamou a atenção para o sector da educação no sentido de imprimir maior dinâmica e, que a sua acção, não se deve confinar em apenas à transmissão de conhecimentos, mas também educar os futuros quadros do país na perspectiva do valor e da justiça.

    “As nossas escolas, muitas das vezes, têm apenas a tendência de ensinar e não educar. É preciso que diferenciemos o papel da escola, para que não se confinem exclusivamente na transmissão de conhecimentos, mas também de valores, para que exerçam o papel de educar na liberdade, na justiça e na paz os futuros quadros. Acho que valeu a pena esta mensagem do Santo Padre”, reiterou o Bispo da Diocese do Namibe.

    A cultura da alma angolana, segundo Dom Hisilenapo, não se deve confundir num simples batuque ou dança. A cultura angolana, tem a ver com o próprio ser e muito mais.

    “A cultura não é o batuque e a dança. Portanto, a cultura não é isto. Estas são expressões culturais, a cultura é o nosso ser, a nossa maneira de ser, onde se plasma, o angolano se possa perceber a sua dimensão de ser e de estar, não de ter e nem expressões assessorias não fundamentais”.

    O prelado fez saber que “nós estamos a descorar um pouco esta parte, identificar a nossa cultura apenas com o batuque e, não com a hombridade que se deve criar na pessoa, no seu ser e no seu estar. A cultura é uma expressar do interior que deve falar mais alto”, defendeu ainda Dom Dionísio Hisilenapo.

    A Juventude, segundo o Bispo do Namibe, deve ser formada na base daqueles valores. Dom Dionísio manifestou-se preocupado com o índice de consumo desregrado de bebidas alcoólicas no seio da juventude da província. Qualificou de grave, o envolvimento da juventude local no consumo de bebidas alcoólicas, o que pode pôr em causa o futuro da província e do país, se todos não trabalharmos na direcção de desencorajar este comportamento menos bom.

    “Penso que é fundamental que todos trabalhemos para a recuperação destes valores no seio da juventude, para que Angola tenha futuro. Os cristãos, lá onde estiverem, devem jogar o seu papel”, disse o Bispo católico do Namíbe.

    Mesmo com as dificuldades que atravessamos no país, o angolano, a angolana não deve perder a fé, deve ter sempre esperança, Deus é por nós, já atravessamos muitas vicissitudes no pais e Deus, esteve sempre do nosso lado, sempre presente na nossa historia, exortação de Dom Dionísio Hisilenapo, falando “dos desvios de valores culturais da alma angolana e o descaminho eminente da juventude com acções de maratonas de quem bebe mais”.

    Fonte: VOA

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