O governador de Benguela, Isaac Maria dos Anjos, pediu, nesta cidade, a unidade da classe empresarial na província de forma a contribuir positivamente e a enfrentar os desafios decorrentes da baixa do preço do petróleo que afectou a económica angolana.
Num encontro de auscultação com os importadores grossistas e da rede retalhistas, que visou abordar as principais questões ligados às quotas de importação dos produtos alimentares da cesta básica para a província, em face das dificuldades financeiras, Isaac dos Anjos solicitou o contributo da classe empresarial para contornar a crise, que forçou o Executivo angolano a proceder ao reajustamento do seu programa social.
O governador, que falou das consequências dessa crise financeira para a província, defendeu a necessidade de uma nova tomada de consciência para a actual realidade, tendo a atenção virada à produção nacional.
“O mais certo é que já fomos alertados superiormente sobre a crise e como tal vamos preparar-nos, procedendo a contenção de gastos financeiros, visando a nossa sobrevivência e a saída rápida da crise”, disse o governador, avançando que o momento é oportuno para o empresariado virar as suas atenções à produção local.
Defendeu ainda a necessidade da sensibilização dos trabalhadores sobre as consequências da crise economia, para que possam ter uma melhor percepção das dificuldades que poderão enfrentar nos próximos tempos.
Para exemplificar, referiu que a actual crise recomenda a aceleração do desemprego, mas para o nosso caso não chegaremos aí, disse o governador alertando no entanto para a necessidade de se negociar com os trabalhadores e prevení-los que o desemprego poderá ser uma realidade.
Considerou ser prematuro falar desemprego, no entanto não descartou tal hipótese. Caso aconteça os empresários e empregadores estarão prevenidos, tanto do sector público quanto do privado.
Conforme disse, a contenção dos gastos financeiros, passa necessariamente por um conjunto de restrições, que vão desde no limitado número de concursos públicos até a execução de obras e infra-estruturas sociais.
Ao falar das consequências dessa crise, o governante recordou que a província gasta anualmente 600 milhões de dólares norte-americanos destinado ao pagamento de salários da função púbica.
Manifestou-se preocupado com a questão do desemprego na província, mas apelou a calma do patronado, relativamente à tomada de medidas e mudança de postura face às dificuldades, resultante da baixa do preço de petróleo.
Por sua vez, os empresários manifestaram-se satisfeitos pela iniciativa do governo e consideraram oportuna e realista, pois foram dadas informações para se agir em conformidade o actual momento para que nem empregadores e nem empregados sejam prejudicados.
Já a directora do Comércio, Hotelaria e Turismo de Benguela, Alice Cabral explicou aos presentes que doravante os importadores deverão reunir alguns requisitos, desde a capacidade financeira de armazenamento e ser proprietário de terrenos agrícolas, visando a produção nacional.
Segundo a directora, com as actuais quotas de importação a tendência obrigará os importadores a produzirem localmente, de formas a cobrir os bens o défice que seria preenchido com a importação-.
Salientou que um dos objectivos primários é incentivar a produção nacional e que neste momento de crise só continuarão no mercado os fortes e com capacidade de organizar melhor o seu negócio.
“A questão da quota de importação já estava em carteira antes da crise. Há muito se fazia sentir essa necessidade, as mudanças nos procedimentos aliou-se à crise, tornando os empresários cépticos quanto ao futuro”, frisou
Afirmou que o ministério de tutela vai a médio prazo criar plataformas logísticas, onde os agentes não abrangidos pelas quotas de importação possam adquirir os berns que necessitam.
“ O governador deu algumas luzes, vamos todos juntos gastarmos menos para se evitar o desemprego em massa e sairmos da crise mais rapidamente”, disse.
De recordar que tal encontro surgiu da necessidade de se apelar a calma dos mais de 600 empresários de Benguela, face às medidas de contenção adoptadas recentemente pelo Ministério do Comércio, de selecção de importadores, que exclui os importadores desta província da importação de bens alimentares.
O facto deixou preocupado os importadore que garantem ter apenas produtos para abastecer o mercado durante os próximos três meses. (portalangop.co.ao)