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    BdP estima 7,7% de desemprego em 2021 e recuperação do emprego e horas trabalhadas já este ano

    Apesar do impacto da pandemia, o emprego recuou menos do que inicialmente temido em 2020, sendo que parte do efeito sentir-se-á apenas este ano. A retoma, apesar de deixar o indicador em 2023 abaixo do verificado na crise de 2011-2013, não será suficiente para colocar a taxa de desemprego no nível pré-Covid.

    O Banco de Portugal (BdP) antecipa um aumento da taxa de desemprego em 2021 para os 7,7%, seguido de um crescimento médio do emprego de 0,8% entre 2021 e 2023, compensando a destruição criada pela pandemia. O cenário foi apresentado esta sexta-feira no Boletim Económico de março do banco central, no qual o regulador financeiro salientou também uma recuperação das horas trabalhadas de 3,3% ao ano neste intervalo.

    Depois da subida contida do desemprego em 2020 até aos 6,8%, que não foi superior fruto da resposta à pandemia através de mecanismos de preservação dos postos de trabalho, o BdP estima agora que a taxa estabilize relativamente, chegando aos 7,7% este ano.

    Curiosamente, parte deste fenómeno prender-se-á com a retoma da atividade económica, que fará com que uma parcela da população que atualmente é classificada como inativa passe para uma situação de desemprego, ao retomar a busca por trabalho, puxando assim a taxa para cima e compensando os ganhos da parte da população que passará a empregada.

    Nos dois anos seguintes, o banco central prevê diminuições consecutivas que colocarão o desemprego em 7,6% em 2022 e em 7,2% em 2023.

    Outro efeito da retoma será a melhoria do indicador referente às horas trabalhadas. Com as empresas a recuperarem a laboração, é previsível que privilegiem, numa primeira fase, os recursos de que já dispõem.

    Assim, serão os trabalhadores já disponíveis que verão um incremento da sua atividade, explicando o aumento mais significativo deste valor quando comparado com o emprego em 2021 e 2022. Para o BdP, as horas trabalhadas deverão crescer 4,9% este ano e 4,4% em 2022, bem acima dos 0,3% e 1,6% previstos para o emprego nos mesmos períodos.

    Apesar da recuperação que é esperada nos próximos anos, o banco central alerta que 2023 deverá terminar com uma taxa de desemprego superior à verificada em 2019, mas abaixo do registado no pico da crise da dívida soberana entre 2011 e 2013. Em parte, isto justifica-se pela reformulação de parte do mercado de trabalho, fruto das alterações de hábitos e preferências da população em várias áreas de atividade, sobretudo no sector terciário.

    Relativamente à evolução dos salários, o BdP antevê um crescimento abaixo dos 2% no intervalo considerado, depois de este se ter ficado abaixo dos 3% em 2020. O banco central acrescenta que esta subida se registou sobretudo através de uma alteração da composição salarial do mercado de trabalho, dado que a maioria dos postos de emprego destruídos tinham menores remunerações, e pelo aumento de 5,8% no salário mínimo nacional. Estes efeitos mitigaram substancialmente o menor número de atualizações salariais o impacto das medidas de preservação do emprego, como o lay-off.

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