A oito meses das eleições europeias, o Presidente da Comissão Europeia apresentou as prioridades políticas no discurso do estado da União Europeia, esta quarta-feira, perante os eurodeputados reunidos em sessão plenária, em Estrasburgo.
Mas José Manuel Barroso reconheceu que “a Europa deve concentrar-se naquilo a que pode dar valor acrescentado. Quando não for esse o caso, não deve intrometer-se. A União Europeia precisa de ser grande para as coisas de grande dimensão e pequena para as coisas menores – algo que podemos ter, por vezes, negligenciado no passado”.
“Tal como todos os governos, temos de ter um especial cuidado com a qualidade e quantidade da nossa legislação já que, como dizia Montesquieu, “As leis inúteis enfraquecem as leis necessárias”, acrescentou.
Apesar de também reconhecer que Bruxelas nem sempre tomou as melhores decisões, Guy Verhofstadt continua a sua defesa por maior integração europeia.
O líder do grupo dos liberais disse que “é verdade que a crise foi mal gerida pelos líderes europeus que estão hoje no poder. Mas dizer que tudo deve retornar aos Estados-nação, como dizem os eurocéticos, está errado e é uma mentira. A realidade é que precisamos de mais Europa, de uma Europa unida, que tenha uma estratégia económica”.
Pelo contrário, Martin Callanan vê a União Europeia mais com um espaço de comércio e menos como um projeto politico.
O líder dos conservadores britânicos afirmou que “foi um discurso extremamente longo e aborrecido, como é o costume de Durão Barroso. A retórica é muita, mas as ações práticas são poucas. Concentrem-se em pôr o pão na mesa! É preciso completar o mercado único, com uma diretiva sobre serviços clara e eficaz. É esse tipo de coisas que pode fazer a diferença!”
Barroso está a terminar o segundo mandato, pelo que o próximo discurso do estado da União deverá ter um novo protagonista, saído das eleições europeias, em Maio. (pt.euronews.com)