A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, reuniu-se na quinta-feira, 20, com altos funcionários do governo de Maduro, no seu segundo dia de visita à Venezuela, marcado por protestos para chamar a sua atenção sobre a grave crise.
Centenas de pessoas concentraram-se em diferentes pontos de Caracas para advertir a Bachelet sobre o colapso do sistema de saúde e a existência de “presos políticos”, entre múltiplas denúncias.
“Espero muito da visita dela, que (…) ajude as mães, esposas e filhos dos presos políticos”, disse à AFP Betzayda Natera, mãe de um militar detido por uma rebelião contra o presidente Nicolás Maduro em Janeiro passado.
Actualmente há 687 detidos por razões políticas, segundo a ONG Foro Penal, cujo director, Alfredo Romero, será recebido pela Alta Comissária junto com familiares de opositores presos e de falecidos em protestos.
De manhã, na Chancelaria, a comissária reuniu com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, chave no apoio militar a Maduro, e com o presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Maikel Moreno, de linha oficialista.
“Bachelet, escute o povo, não se feche com políticos que vão te dizer que está tudo bem!”, gritaram manifestantes em frente à sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, onde esteve a diplomata na manhã de quinta-feira.