Portugal escolheu sair do programa de resgate sem rede de segurança, mas a vigilância dos credores internacionais e a austeridade vão prolongar-se muito para lá de 17 de maio.
Bruxelas aconselha o governo a prosseguir as reformas e a manter-se atento.
No anúncio ao país, o primeiro-ministro Passos Coelho justificou o porquê de uma “saída limpa”, mas avisa que a austeridade é para continuar: “Temos reservas financeiras para um ano que nos protegem de qualquer perturbação externa, temos a confiança dos investidores e os juros da nossa dívida estão em níveis historicamente baixos e manteremos o rigor orçamental, porque essa é a firme vontade do governo e da maioria parlamentar que o suporta”.
Desde 2011 e com as medidas previstas já para 2015, a austeridade deverá equivaler a 30 mil milhões euros.
O líder socialista, António José Seguro, reagiu, evocando os novos esforços que serão pedidos aos portugueses: “Na mesma semana em que o governo despensa ajuda para regressar aos mercados financeiros os portugueses ficaram a saber que o IVA vai aumentar, que todos os trabalhadores vão pagar mais TSU, que cortes nas reformas e pensões passam a definitivos e que vai haver mais despedimentos na função pública”.
A austeridade é considerada essencial pelo governo para continuar a baixar o défice dos 4,9% do PIB em 2013. A meta é de 4% este ano e de 2,5% em 2015. Mas a dívida atingiu no ano passado os 129% do PIB. O FMI espera que comece a baixar este ano, para a casa dos 126%, graças ao crescimento económico.
O governo e a Comissão Europeia preveem que a economia cresça 1,2% este ano e 1,5% em 2015.
As missões de vigilância da “troika” deverão manter-se durante anos. Terão ritmos diferentes mas deverão continuar até que Portugal tenha reembolsado a quase totalidade do empréstimo de 78 mil milhões de euros, pedido em 2011. (euronews.com)