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    Armas de Kadhafi nas mãos da al-Qaida em África

    Armas recuperadas por apoiantes de Kadhafi estão a ser vendidas nos países do Sahel

    Arsenais saídos dos paióis do antigo regime líbio foram usados na Mauritânia e estão a ser vendidos no Níger e Mali.

    A queda do regime do Coronel Kadhafi está a levantar preocupações sobre a proliferação de armas que podem por em causa a segurança na região do Sahel onde já operam organizações terroristas afilhadas a al-Qaida.

    A Human Rights Watch indicou que milhares de minas terrestres, morteiros e mísseis tinham desaparecido dos paióis do então governo de Kadhafi.

    Algumas dessas armas estão a ser usadas actualmente nos remanescentes combates na Líbia, mas outras já estão a chegar a região do Sahel no sul, através de elementos da antiga força de Kadhafi que as têm vendido no Níger e no Mali.

    O presidente mauritaniano, Mohamed Ould Abdel Aziz disse que armamentos líbios estão a ser comprados por membros da AQMI (al-Qaida no Magreb Islâmico). Aziz disse a uma televisão francesa que no ataque contra uma guarnição do seu país em Julho último, foram usados mísseis terra-ar que só podiam ter vindos da Líbia.

    A Argélia e o Chade também levantaram preocupações sobre o facto da AQIM estar a beneficiar de armamentos provenientes da Líbia. O Níger anunciou ter desmantelado um campo de treinos da AQIM numa região montanhosa ao norte do seu território. O ministro da defesa confirmou a libertação de 59 recrutas durante a operação, e pediu a ajuda internacional na recolha de informações e vigilância aérea.

    O ministro nigerino da justiça disse por seu lado que a queda do governo de Kadhafi está a ajudar na implantação de grupos terroristas na região e com isso tem aumentado a ameaça contra os Estados limítrofes.

    A região do Sahel perfaz uma área de 6 milhões Km2, e os responsáveis nigerinos afirmam que os terroristas presentes na área não só representam uma ameaça regional como para as capitais europeias.

    O especialista nigeriano em terrorismo e contra-terrorismo, Hasaini Monguno disse que armas mais sofisticadas como os mísseis terra-ar, podem acelerar as campanhas da AQMI contra os países do Sahel e trabalhadores estrangeiros na região.

    “Os mísseis terra-ar são fáceis em obter por esses terroristas que têm vários apoiantes. Eles vão desestabilizar os governos, e têm um grupo alvo de pessoas que atacam. Se essas pessoas estiverem na região, vão fazer de tudo para as atacar, o que obviamente torna-se num problema.”

    Mungono considera por outro lado que as forças leais ao Coronel Kadhafi podem em última instância recorrer aos combatentes da AQMI para atacar o novo governo líbio.

    O especialista nigeriano adiantou que não são apenas os mísseis trazidos da Líbia que representam uma ameaça regional. As minas terrestres podem também ser usadas em ataques de carros armadilhados. As armas de pequeno calibre podem igualmente ser usadas contra as posições militares.

    O Conselho Nacional de Transição na Líbia disse estar a trabalhar no sentido de recolher as armas retiradas dos paióis do governo de Kadhafi, mas a falta de um inventário sobre os armamentos, torna impossível toda e qualquer iniciativa em conhecer a quantidade de armas dispersas actualmente.

     

    Por Redacção | Washington DC

    Fonte: VOA

    Foto: Reuters

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