Pelo menos cinco províncias de Angola vão ser alvo de protestos esta tarde devido à difícil situação económica no país, com muitos angolanos a passarem fome e anão terem perspectivas de futuro devido ao desemprego no país.
A falta de emprego, assim como a fome são as principais reinvindicações de quem sai à rua hoje em Luanda, Cabinda, Uíge, Cunene ou Namibe.
Alexandre Kuanda, presidente da Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos em Cabinda, descreveu à RFI a razão destas manifestações.
“Olhando para Cabinda e para o seu potencial de recursos naturais, em Cabinda não existe nenhum projecto de juventude, nenhum projecto de garantia para os idosos, não há aquilo a que chamamos a expectativa de vida, progresso e desenvolvimento para a juventude”, disse.
A falta de emprego, sobretudo para os mais jovens, preocupa Alexandre Kuanda. “Não temos indústrias onde trabalhar, não existe. a não ser o campo petrolífero que com baixa pressão já desempregou quase toda a opoulação de Cabinda”, considerou.
Segundo este activista, em Cabinda, a situação está a agravar-se, especialmente quando se trata da fome. “O povo de Cabinda nunca pedia nas ruas comida, mas já pedem. O povo de Cabinda já passa fome”, alertou.
Mas os cabindenses não temem a repressão da manifestação que deverá juntar cerca de 500 pessoas nesta província angolana que luta até hoje pela auto-determinação.
“Pensamos que vai haver repressão, mas nós não temos medo disso porque é um exercício de cidadania”, concluiu.