Angola quer “beber da experiência” de Cabo Verde no domínio dos jogos de fortuna e azar e de casinos, disse hoje na Cidade da Praia o secretário do Bureau Político para as Relações Internacionais do MPLA.
Afonso Van-Dúnem, dirigente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) e presidente da Fundação Sagrada Esperança, falava aos jornalistas após um encontro “só com esse fim” mantido hoje a meio da manhã com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.
“A nossa missão a Cabo Verde foi fundamentalmente para uma troca de informações sobre a experiência cabo-verdiana na organização do sistema de lotarias e de jogos de azar e de casinos. Trocámos impressões bastante profundas e recolhemos experiências de organização”, disse.
A delegação do MPLA chegou no domingo à noite à Cidade da Praia para uma visita de 48 horas, estando previstos também encontros com os ministros cabo-verdianos das Finanças, Cristina Duarte, e da Indústria, Turismo e Energia, Humberto Brito, bem como com o presidente da Fundação Amílcar Cabral, Pedro Pires.
Negando à agência Lusa qualquer interesse de Angola em investir quer em casinos quer em empresas cabo-verdianas como a TACV (companhia aérea) e Electra (produção e abastecimento de água e eletricidade), Van-Dúnem insistiu que a deslocação a Cabo Verde se prende “apenas” com os jogos de fortuna e azar.
“A sociedade cabo-verdiana está, neste domínio da lotaria, jogos de fortuna e azar e casinos, muito bem organizada, e estamos em crer que, quando voltarmos a Luanda, com este beber da experiência, vamos tirar o melhor proveito”, afirmou.
“Ainda não temos uma organização. O nosso governo ainda não aprovou legislação nesse domínio. Cabo Verde sim”, concluiu, aludindo à recente criação da Inspeção Geral de Jogos e à legislação que vai abrir o país aos casinos, cuja legislação está ainda em curso.
Os jogos de fortuna e azar em Cabo Verde são ainda incipientes, estando o sorteio do totoloto a cargo da Cruz Vermelha. No caso da lotaria, Cabo Verde não a tem.
FONTE: Lusa