O palácio presidencial do Iémen, em Sanaa, a capital controlada pelos rebeldes Huthi, foi atingido num ataque aéreo da coligação árabe que fez mortos e feridos, segundo um elemento das equipas de emergência médica.
Testemunhas citadas por agências internacionais disseram que aviões de combate fizeram vários bombardeamentos sobre a capital, cerca do meio-dia de hoje.
Dois desses bombardeamentos atingiram a presidência, situada na movimentada zona comercial de Tahrir, perto de um grande hotel, de um banco e de várias lojas, segundo as mesmas fontes.
“Precipitámo-nos para o local depois da primeira explosão e vimos pessoas presas nos escombros. Foi então que ocorreu o segundo ataque”, relatou um socorrista, Ahmed Dehecher, à agência France-Presse.
“Há muitas pessoas desaparecidas. Calculo que sete ou oito pessoas morreram e há dezenas de feridos”, acrescentou.
A capital do Iémen é controlada pelos rebeldes xiitas Huthi desde 2014, mas não foi precisado até ao momento se havia elementos da milícia no interior do palácio no momento do ataque.
A televisão Al-Massirah e a agência Saba, controladas pelos rebeldes, referiram a existência de dezenas de mortos e de feridos, sem avançar um balanço exato.
Esta é a primeira vez que o palácio presidencial é visado num ataque.
A coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, intervém militarmente no Iémen desde 2015 em apoio do governo internacionalmente reconhecido e contra os Huthi.
O ataque de hoje foi lançado horas depois de as defesas antiaéreas sauditas terem intercetado no sul do país dois mísseis balísticos disparados pelos rebeldes iemenitas, segundo a coligação.
Os mísseis foram disparados da província de Amran, a norte de Sanaa, segundo o porta-voz da coligação, o coronel saufita Turki al-Maliki.
Trata-se, segundo o responsável, de “mais uma prova” do fornecimento de armamento aos rebeldes pelo Irão.
Teerão apoia politicamente os Huthi, mas nega qualquer ajuda militar à milícia.
Segundo a ONU, a guerra no Iémen já fez cerca de 10.000 mortos e 53.000 feridos e causou a pior crise humanitária dos últimos anos. (Notícias ao Minuto)
por Lusa