O deposto Presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich afirmou ter sido forçado a deixar o seu país e indicou estar preparado para lutar pelo futuro da Ucrânia.
No decurso de uma conferência de imprensa efectuada a partir de uma cidade russa próxima da fronteira com a Ucrânia, Viktor Yanukovich afirmou que o poder foi tomado por forças pró fascistas.
Confessando-se envergonhado pela crise ucraniana, Yanukovich declarou ilegítimo o parlamento do país que, sublinhou, “vota sob a pressão dos militantes na Praça da Independência”.
Para o Presidente deposto, depois do acordo de paz “seguiu-se o terror, a anarquia e o caos”, lamentando ter acreditado na decência dos mediadores ocidentais quando assinou o acordo.
Segundo Yanukovich a crise na Ucrânia deve-se à política irresponsável do Ocidente, garantindo nunca ter ordenado para as autoridades disparem sobre os manifestantes da Praça da Independência.
Na conferência de imprensa, a partir de uma cidade russa, Yanukovich afirmou ainda ter abandonado o país devido a ameaças e que só regressará quando tiver garantias internacionais quanto à sua segurança.
No entanto, assegurou que ainda não se encontrou com Vladimir Putin, depois de ter saído da Ucrânia, e que não tenciona pedir auxílio militar à Rússia.
Russos assumem controlo de aeroportos
O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, afirmou, entretanto que forças russas assumiram o controlo de dois aeroportos da região da Crimeia, e que uma base da guarda costeira ucraniana estava cercada por fuzileiros russos.
Arsen Avakov descreveu a situação como sendo uma invasão militar e que tropas russas bloqueavam o aeroporto de Belbek em Sevastopol, onde a Rússia tem uma base naval.
O Presidente interino da Ucrânia, Olekxandr Turchnyov convocou uma reunião de emergência dos responsáveis pela segurança para debater a situação.
O parlamento ucraniano apelou à Rússia para respeitar a sua integridade territorial.
Sobre esta tensão, na Crimeia, Yanukovich afirmou tratar-se de “uma reacção natural” à usurpação do poder e a “um golpe de Estado de bandidos”, apelando à manutenção da República Autónoma de Crimeia na Ucrânia.
Entretanto, as autoridades judiciais em Genebra deram início a um inquérito a alegações de lavagem de dinheiro por parte de Yanukovich e o seu filho.
O governo suíço anunciou ter congelado os bens de 20 entidades ucranianas. (voa.com)