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    Torneiras sem água há meses no bairro Mártires de Kifangondo


    Enquanto a EPAL se desdobra em promessas de dias melhores no fornecimento de água, pela voz dos seus responsáveis, os moradores do Bairro Mártires de Kifangondo, vão fazendo contas à vida, para comprar o precioso líquido no sistema paralelo, a preços insuportáveis, depois de lerem o comunicado afixado no piquete da empresa.

    Diz o comunicado que só a partir de Março de 2015 é que estará pronto o novo tanque que a empresa está a construir, na estação de distribuição da Maianga, retomando assim o fornecimento nas áreas afectadas, que vão da rua 1 à rua 20.

    Até lá, os moradores vão continuar a despender, semanalmente, dos bolsos, quantias elevadas para compra de água potável.

    Numa situação normal a EPAL deveria juntar esforços com a administração municipal e os bombeiros, no aluguer de cisternas para abastecimento gratuito ou bonificado às populações afectadas.

    Não sendo assim, o povo submete-se ao sacrifício diário para a aquisição do líquido indispensável à vida, a preços fixos de 100 kwanzas ,o bidon de plástico amarelo, de 20 litros, comercializado pelos vendedores ambulantes, que todas as manhãs circulam nas apertadas ruas asfaltadas do bairro.

    Se multiplicarmos 38 bidons por semana, vezes 100 kwanzas, que é o que se gasta em média, por família, veremos que a despesa não é pequena, só em água.

    O “Mártires de Kifangondo” é dos bairros mais pequenos da cidade de Luanda, seguramente com uma população inferior a 15 mil habitantes. Não é muito difícil de gerir.

    A EPAL está na linha de considerações menos abonatórias, por não se posicionar como uma empresa eficiente, no serviço que presta às populações, necessitando a todo o custo de estabelecer bases de diálogo e cooperação com os clientes e evitar os grandes males que afectam o seu funcionamento.

    Afinal, a sua má prestação, a ausência de uma estratégia de comunicação, que ponha o cliente a par das suas debilidades, também tem contribuído para as acções de vandalismo de certos actores sociais, que se dedicam ao chamado “garimpo” da água.

    Uma política de proximidade, assente na satisfação das necessidades da população (fornecimento, através das cisternas públicas) é afinal o melhor meio de desencorajar a acção perniciosa dos tais “garimpeiros”, que chegam a vandalizar a rede de canalização e distribuição.

    A EPAL deve, em suma, tornear a sua incapacidade de fornecimento, investindo em meios alternativos para aliviar a bolsa do consumidor, pressionada pela falta de eficácia dos serviços públicos.

    Que haja bom senso e sentido do dever, na satisfação das necessidades básicas da população. Esperemos que 2015 traga boas notícias e também um novo comportamento da empresa para com os seus clientes.

    Até lá vamos cantando e rindo com o refrão do Duo ouro Negro que diz: …”Kifangondo não havia água e a sopa estava boa com água dos kupapatas”. (portaldeangola.com) Por: Vítor Semedo

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