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    Timorenses recordam importância de Sérgio Vieira de Mello na transição

    Líderes políticos de Timor-Leste recordam o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, ex-chefe de uma missão da ONU em Díli e morto em 2003 num atentado à bomba no Iraque, como um homem de “grande valor” e amigo dos timorenses.

    Sérgio Vieira de Mello dirigiu a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste (UNTAET), entre 1999 e 2002, a primeira experiência de gestão de um país da organização internacional, cuja atual Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) termina as suas operações no dia 31 de dezembro.

    “Um grande homem que entrou em Timor-Leste como representante do secretário-geral da ONU e fez tudo quanto pode para o país manter a paz e a estabilidade possível. E, no fim, organizou as primeiras eleições onde todos os políticos tiveram a sua representação”, afirmou o ex-presidente do Parlamento Nacional Francisco Lu Olo Guterres.

    O também presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) recordou Sérgio Vieira de Mello como um “homem de grande valor”.

    “Foi um grande amigo do povo de Timor-Leste, um grande amigo de todos nós”, disse Francisco “Lu Olo” Guterres, que trabalhou diretamente com Sérgio Vieira de Mello na Assembleia Constituinte, que elaborou a Constituição do país.

    O atual ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, José Luís Guterres, recorda uma reunião com os representantes da resistência no exterior, realizada em Baucau, em que o diplomata brasileiro “falou da experiência que teve em várias partes do mundo”.

    “Desempenhou um papel extremamente importante durante a fase de transição de Timor”, disse José Luís Guterres, que se lembra ainda do último encontro que manteve, em Nova Iorque, com Vieira de Mello, pouco antes deste partir para Bagdad, onde perdeu a vida em agosto de 2003 num atentado à bomba contra a sede da ONU no Iraque.

    “A última vez que estive com ele estava a preparar-se para ir para Bagdad. Era um servidor das missões da ONU e os perigos não o assustavam. Infelizmente pouco depois morreu e foi um choque tremendo para todos nós”, afirmou José Luís Guterres.

    “Tenho um profundo respeito por ele e acho que foi um dos mais competentes funcionários da ONU”, acrescentou.

    Manuel Tilman, ex-deputado timorense, também trabalhou com Sérgio Vieira de Mello e recorda-se da sua preocupação para aprovar o texto constitucional de Timor-Leste.

    “Era um bom técnico. Falava com ele todos os dias através da diretora-geral do parlamento. A preocupação naquela altura era aprovar o texto constitucional em três meses”, disse.

    O também advogado destacou à Lusa o seu profissionalismo e humildade: “Era de uma cordialidade total, preocupava-se com todo o mundo”, lembrou.

    Durante a administração de Sérgio Vieira de Mello de Timor-Leste, foi constituído um Governo misto entre a ONU e os timorenses, realizadas eleições para a Assembleia Constituinte e presidenciais, e escrita e assinada a Constituição de Timor-Leste.

    O fim da presença de Sérgio Vieira de Mello em Timor-Leste culminou com a cerimónia da restauração da independência do país a 20 de maio de 2002. (lusa.pt)

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