Sábado, Junho 15, 2024
17.2 C
Lisboa
More

    Romenos contestam corrupção e violência policial pelo 3.º dia consecutivo

    Milhares de romenos regressaram este domingo às ruas de Bucareste pelo terceiro dia consecutivo, mas em menor número, para protestar contra o Governo, juntando às críticas à corrupção a denúncia da violência policial na manifestação de sexta-feira.

    ‘Não queremos ser um país de ladrões’ e ‘Manifestação sem violência’ foram algumas das palavras de ordem que os manifestantes gritaram hoje na Praça da Vitória, na capital romena, onde está a sede do Governo.

    Se na sexta-feira saíram às ruas cerca de 110 mil pessoas e na noite passada 50 mil, o número de manifestantes que exigiu hoje a demissão do Governo não superou os 10 mil, de acordo com vários meios locais citados pela agência espanhola, Efe.

    Várias organizações cívicas apelaram à população para que se manifeste contra o Governo, que acusam de ter utilizado “o aparelho de repressão contra os seus próprios cidadãos”.

    A dura intervenção, na sexta-feira passada, das forças de segurança contra os manifestantes causou 450 feridos, incluindo 30 agentes, levando o Ministério Público a abrir uma investigação.

    O Presidente da Roménia, o conservador Klaus Iohannis, criticou a “brutal maneira de agir” da polícia, enquanto o Partido Social-Democrata (PSD, no poder) justificou a intervenção dos agentes e acusou a oposição e o chefe de Estado de atacarem a ordem constitucional.

    “É inaceitável que grupos organizados, apoiados pela oposição e pelo próprio Presidente do país, ataquem a ordem constitucional”, criticou o líder do PSD, Liviu Dragnea, também presidente do Congresso de Deputados.

    Dragnea é o verdadeiro homem forte do Governo – atualmente chefiado por Viorica Dancila -, mas não pôde ser investido como primeiro-ministro devido a uma condenação por corrupção.

    Outro membro do Governo, Cristian Birdac, chegou a dizer hoje, numa mensagem na rede social Facebook, que os manifestantes “deveriam ter sido alvo” de disparos de metralhadora.

    O protesto de sexta-feira foi organizado por expatriados, que exigiam a demissão do Governo e eleições antecipadas. Cerca de quatro milhões de romenos (um quinto da população total) emigraram nos últimos 15 anos, à procura de uma vida melhor e descontentes com a falta de medidas de combate à corrupção.

    O PSD alertou para a possibilidade de convocar centenas de milhares dos seus simpatizantes para contrariar os protestos antigovernamentais.

    A Roménia assiste, desde fevereiro de 2017, a periódicas ondas de protestos contra o executivo de coligação, liderado pelos sociais-democratas.

    Em fevereiro passado, uma iniciativa legal para despenalizar vários casos de corrupção desencadeou os maiores protestos desde a queda da ditadura comunista em 1989.

    Também em junho, milhares de pessoas regressaram às ruas contra a proposta do Governo para reduzir penas e eliminar crimes relacionados com o abuso de poder, um mês depois de Dragnea ter sido condenado por esse delito.

    A Roménia, que aderiu à União Europeia em 2017, permanece sob vigilância em Bruxelas devido à corrupção e independência da justiça, e foi criticada pela Comissão Europeia em janeiro passado pela falta de progressos. (Notícias ao Minuto)

    por Lusa

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Países se reúnem na Suíça para debater paz na Ucrânia

    Nações se encontram no Lago Lucerna para discutir como ajudar Kiev. Resultado, porém, não deve incluir um cessar-fogo. Rússia...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema