A revisão dos documentos reitores da Ordem dos Médicos de Angola (OM), como o Estatuto, o Regulamento Interno e o Código de Conduta, Ética e Deontologia, é uma das prioridades da nova bastonária, Elisa Gaspar.
Segundo a médica, urge a necessidade de tornar mais específicos os aspectos como a regularidade do pagamento das quotas (fonte de receitas), a adição do Conselho Nacional do Médico interno, a definição do montante a ser disponibilizado para a criação do fundo solidário, assim como as normas e funcionamentos do projecto casa dos médicos.
Falando hoje (segunda-feira) na tomada de posse como nova bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, tem igualmente como destaque, no início do seu mandato de três, conferir posse aos membros dos Conselhos Provinciais e Regionais da OM, para garantir representatividade em todo país.
Elisa Gaspar tem igualmente em agenda, a formação, tanto de médicos como do pessoal administrativo da OMA, a amnistia das quotas não pagas desde 2010 e a criação de um novo modelo de pagamento com recurso as tecnologias, facilitando o processo sem precisar de deslocação a sede da OM.
Pretende igualmente um processo de gestão financeira diferenciado, procurando gerir os destinos da Ordem com o mínimo de custos possíveis, de modo a que possa haver uma crescente qualidade do acto médico, higiene e segurança no trabalho.
Garantir uma cultura de premiação e atribuição de títulos aos médicos que se destaquem no exercício das suas funções, é outro desiderato da bastonária.
“Somos apenas cerca de 7.280 profissionais, poucos para convencer os angolanos do papel essencial que desempenhamos para a vida médica do país e para a paz no que concerne a saúde que se deseja”, frisou.
Acrescentou que todos que não votaram terão igualmente um importante e obrigatório espaço na contribuição para as soluções dos problemas, pois a expressão das diferenças constituirá a riqueza, uma vez que certamente concorrerão para fortalecer as decisões.
“Só unidos reconquistaremos a dignidade da nossa profissão, temos de saber reconquistar a confiança das nossas populações com acções”, reforçou.
Eleita no passado dia 2 de Abril, Elisa Gaspar liderou a contagem dos votos com 45,5 por cento, ao contrário dos candidatos Mário Fresta, da Lista A, que ficou na segunda posição com 37,7 por cento de votos, Miguel Bettencourt e José Luís Pascoal, respectivamente, terceiro e quarto posicionados.
Elisa Gaspar é a quinta líder da organização em substituição de Carlos Alberto Pinto de Sousa, que liderou durante 11 anos.
Médica neonatologista da maternidade Lucrécia Paim, Elisa Gaspar está ligada ao projecto de abertura de Banco de Leite Humano em Angola.
A nova bastonária ficou ainda mais conhecida do público devido a um trabalho sobre malária congénita-transmissão vertical da malária de mãe para filho, premiado no Brasil, onde fez o mestrado.
A Ordem dos Médicos de Angola é uma instituição de direito público, que goza de personalidade jurídica, de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, de âmbito nacional”.