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    Moçambique: Renamo põe fim a acordo de paz assinado em 1992

    Afonso Dhlakama foi obrigado a abandonar a sua casa (Fotografia © REUTERS/Grant Lee Neuenburg)
    Afonso Dhlakama foi obrigado a abandonar a sua casa (Fotografia © REUTERS/Grant Lee Neuenburg)

    A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, disse hoje que o exército moçambicano “fustigou e tomou” a residência do seu líder, Afonso Dhlakama, obrigando-o a abandonar a casa para um local não revelado, onde “está de boa saúde”. E anunciou que denunciavam o acordo de paz de 1992 que pôs fim a 16 anos de guerra civil.

    “Neste momento em que estou a vos falar, Sathundjira está a ser fustigada com armamento bélico. Tomaram a residência do presidente Afonso Dhlakama”, afirmou o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Fernando Mazanga, através de um comunicado que leu durante uma conferência de imprensa em Maputo.

    “A tomada da base do presidente Dhlakama, pelos Comandos das FADM/FIR, marca o fim da democracia multipartidária em Moçambique. Esta atitude irresponsável do Comandante em Chefe das Forcas de Defesa e Segurança, coloca ponto final aos entendimentos de Roma”, refere o mesmo comunicado.

    Hoje, a imprensa moçambicana dava conta de um cerco montado pelo exército moçambicano à volta da casa de Afonso Dhlakama, em Santhundjira, uma antiga base da guerrilha da Renamo, na província de Sofala, centro do país, onde o líder do principal partido da oposição se instalou há mais de um ano em protesto contra a alegada ditadura do governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

    Segundo o principal partido da oposição, Afonso Dhlakama abandonou a habitação atacada pelo exército moçambicano e encontra-se de “boa saúde e com moral bastante elevado”.

    “O objetivo da Frelimo e do seu presidente, Armando Guebuza, é de assassinar o presidente Afonso Dhlakama, para subjugarem a vontade dos moçambicanos, pois ele jamais permitiria que os moçambicanos fiquem acorrentados na ideologia de partido único”, acusou Fernando Mazanga.

    Apelando à calma dos moçambicanos, o porta-voz da Renamo declarou que o líder do movimento ainda não “ordenou” a resposta das suas forças à alegada incursão do exército, tendo “autorizado” apenas a retirada da população que vive perto da residência.

    O Governo moçambicano ainda não se pronunciou sobre as alegações da Renamo.

    O cerco à casa de Afonso Dhlakama é um sinal do recrudescimento da tensão político-militar em Moçambique, a pior desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, causada pela recusa do principal partido da oposição em participar nas eleições autárquicas de 20 de novembro.

    A Renamo está a boicotar as próximas eleições autárquicas por ter visto rejeitada a exigência de inclusão na lei eleitoral do princípio da paridade na composição dos órgãos eleitorais, aos quais acusa de favorecerem a Frelimo. (dn.pt)

    Por Ana Meireles com Lusa

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