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    Presidente visitará Tijuana no sábado para ‘defender dignidade do México’

    O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta quinta-feira (6) que visitará a cidade fronteiriça de Tijuana para “defender a dignidade” do país, no momento em que o governo dos Estados Unidos planeia aplicar tarifas caso o país vizinho não interrompa a imigração ilegal.

    López Obrador, sublinha a AFP, fará esta viagem no sábado, dois dias antes da data em que o presidente americano Donald Trump ameaçou impor tarifas iniciais de 5% a todas as exportações mexicanas, a menos que o México aja para deter o crescente fluxo de migrantes centro-americanos em direcção à fronteira dos Estados Unidos.

    “É um ato de unidade para defender a dignidade do México e em favor da amizade com o povo dos Estados Unidos”, afirmou o presidente em uma entrevista colectiva, momentos antes de que autoridades mexicanas e americanas retomassem reuniões em Washington para evitar a imposição das tarifas progressivas até um máximo de 25% a partir de 1 de Outubro.

    O presidente mexicano informou que para o evento, na tarde de sábado, convidou políticos de todos os partidos, ministros e integrantes do Judiciário, além de representantes dos trabalhadores, empresários e líderes religiosos.

    “Lá vamos estabelecer nossa posição, que, repito, vai se desenvolver, se expressar levando em consideração que dizemos que temos uma boa vizinhança com os Estados Unidos, mas ao mesmo tempo defendendo a dignidade do México”, afirmou.

    O presidente também reiterou a confiança em alcançar um acordo com Washington que evite a aplicação das tarifas. “Estou optimista, vamos chegar a um acordo, já falamos, o melhor é o diálogo”, disse.

    – “Todas as opções” –

    Ao ser questionado se o México pensa em aplicar tarifas de represália caso um acordo não seja alcançado, AMLO respondeu que considera “todas as opções”.

    “Estamos vendo todas as opções, mas nossa postura é conservar, antes de mais nada, a amizade com o povo dos Estados Unidos”, declarou, sem detalhar qual seria a possível resposta para a adopção de medidas unilaterais.

    A última vez que o México aplicou uma medida similar aconteceu em maio de 2018, quando o governo de Donald Trump aplicou tarifas às importações de aço e alumínio do México, Canadá e Europa.

    Na ocasião, o governo mexicano aplicou tarifas de represália às lâmpadas, carne de porco, maçãs, uvas, entre outros produtos.

    Na quarta-feira, autoridades mexicanas se reuniram com representantes do governo americano em Washington, mas não chegaram a um acordo e as negociações devem prosseguir nesta quinta-feira.

    Trump escreveu no Twitter que avanços foram registados, “mas não o suficiente”, e acrescentou que “se não se chegar a um acordo” as tarifas entrarão em vigor.

    O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, reconheceu que seu país precisa adoptar medidas para travar a migração.

    “O ponto de partida é que ambas as partes reconhecemos que a situação actual não pode permanecer como está”, disse.

    Em meio às negociações em Washington, o México anunciou na quarta-feira que militares e policiais interromperam o avanço de uma caravana de 1.200 centro-americanos.

    A migração de centro-americanos aumenta, apesar das operações das autoridades mexicanas e das ameaças de Trump, que desde sua campanha presidencial em 2016 promoveu a construção de um muro fronteiriço com o México para travar este fenómeno.

    Mais de 144.000 migrantes, em sua maioria da América Central, foram detidos em maio na fronteira com o México, 32% mais que em Abril, e o ritmo de chegada de imigrantes sem documentos, 677.000 desde Outubro, é o mais alto desde 2006, segundo cifras oficiais americanas divulgadas antes do início das negociações.

    – Qualificadoras –

    López Obrador disse também nesta quinta-feira que respeita o trabalho das agências qualificadoras depois de que, em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos, Fitch rebaixou a nota do país de BBB+ a BBB e a Moody’s mudou a perspectiva de “estável para negativa”.

    “Respeitamos essa opinião mas seguimos afirmando que vamos bem, que a economia vai crescer mais, que no mínimo vai crescer 2% (em 2019) e que no sexênio vamos cumprir o compromisso de crescer 4%”, disse o mandatário.

    O presidente também afirmou que a metodologia das qualificadoras é de mais de três décadas atrás e que não leva em conta a variável da corrupção.

    “Não vamos aumentar a dívida pública, temos finanças públicas saudáveis, está muito bem a arrecadação, vamos bem no exercício do orçamento, não temos problema de inflação”, disse.

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