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    Presidente egípcio reforça seu poder e destitui procurador-geral

    (ANGOP)  Cairo – O presidente egípcio Mohamed Mursi tomou hoje (quinta-feira) medidas de carácter constitucional que ampliam os seus poderes e destituiu o procurador-geral do país, anunciou o seu porta-voz, citado pela AFP.
    “O presidente pode tomar qualquer decisão ou medida para proteger a revolução”, declarou o seu porta-voz, Yaser Ali, que leu uma “declaração constitucional” na televisão.

    “As declarações constitucionais, decisões e leis emitidas pelo presidente, são definitivas e não podem ser apeladas”, acrescentou.

    O opositor Mohammed ElBaradei, ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e Prémio Nobel da Paz, acusou Mursi de se auto-proclamar “o novo faraó”.

    “Hoje, Mursi usurpou todos os poderes e se auto-proclamou novo faraó do Egipto. Um enorme golpe contra a revolução que pode ter consequências terríveis”, escreveu ElBaradei na sua conta no Twitter.

    O islamita também decidiu destituir o procurador-geral, Abdel Meguid Mahmud, que devia ter deixado o cargo há um mês.

    O procurador-geral assumiu o cargo durante o regime do presidente Hosni Mubarak, derrubado em Fevereiro de 2011.

    Mursi, o candidato da Irmandade Muçulmana eleito em Junho de 2012, não conseguiu enviá-lo como embaixador ao Vaticano no mês de Outubro porque Mahmud se opôs categoricamente.

    Muitos magistrados condenaram esta tentativa de afastar o procurador-geral, considerando a atitude uma interferência do Poder Executivo nos assuntos judiciais, o que também agravou as relações já difíceis entre a presidência e grande parte do poder judicial.

    O presidente também decidiu que nenhuma instância judiciária pode dissolver a comissão encarregada de redigir a futura Constituição, uma instância que tem sido alvo de muitas críticas da parte de liberais, laicos e da igreja cristã copta, por ser dominada por islamitas.

    A composição desta comissão constituinte é objecto de um recurso no Tribunal Supremo Constitucional.
    O presidente Mursi já dispõe dos poderes Executivo e Legislativo. Este último retirado em Agosto das mãos do Conselho Supremo das Forças Armadas(CSFA).

    Sem deputados desde esta dissolução, o Egipto também não possui Constituição, já que a que estava em vigor durante o regime de Mubarak foi invalidada, após ser derrubado por uma revolta popular no início do ano passado. (portalangop.co.ao)

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