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    Praça dos Correios: Negócio de peças de viaturas mantém mas alguns proprietários estão ilegais

    Desde o início da “Operação Resgate”, alguns cidadãos estrangeiros continuam a vender peças de viaturas no mercado dos “Correios”, no Golfe, município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, a céu aberto, mas com o receio de que a qualquer momento possam aparecer efectivos ligados ao Serviço de Migração e Estrangeiros e de outras forças, por estarem em situação migratória ilegal.

    O receio foi manifestado por um cidadão nigeriano, utente de uma loja de venda de peças de viaturas, em conversa com o Jornal de Angola, ontem naquele mercado.

    Um cidadão camaronês, apenas identificado por Camara, contou que entrou em Angola através da fronteira do Luvo, com a finalidade de visitar familiares, em Mbanza Kongo, há oito anos, e nunca mais regressou. Com o passaporte expirado, diz ter receio de renovar o documento na Embaixada dos Camarões, em Luanda, por ter a situação migratória ilegal.

    Um jovem que trabalha com cidadãos estrangeiros na comercialização de peças de viaturas, cujo nome omitimos propositadamente, disse ao Jornal de Angola existir trespasse de Alvarás Comerciais de angolanos para os utentes dos negócios, na sua maioria cidadãos nigerianos, a troco de dinheiro.

    De acordo com o jovem, alguns proprietários de alvarás comerciais, a troco de dinheiro, reproduzem o documento emitido pelo Ministério do Comércio que habilita a exercer a actividade, e aluga a vários lojistas, cobrando valores que podem chegar até cem dólares mensais.

    O jovem referiu-se também sobre a suposta protecção de que gozam alguns comerciantes estrangeiros, utentes de lojas de peças de viaturas. Segundo a fonte do Jornal de Angola, “muitos até têm sido recolhidos pela Polícia Nacional, mas acabam sempre por sair no mesmo dia e voltam ao negócio”.

    “Quando um comerciante nigeriano tem problemas no mercado, por qualquer razão, e é levado para a Esquadra, ligam para alguém da corporação e a situação fica resolvida em minutos”, denunciou.

    O negócio no mercado dos “Correios” é dominado por cidadãos de nacionalidade nigeriana, camaronesa, gambiana, senegalesa, libanesa, eritreia e congolesa, tendo como funcionários jovens angolanos. Ontem, as lojas, num universo de 100, apenas quatro estavam encerradas.

    Ao longo do mercado dos “Correios” é visível o trabalho feito pelos agentes da Ordem Pública que orientam a regulacão e ordenamento do trânsito automóvel, enquanto os vendedores exercem a sua actividade, sem sobressaltos.
    As lojas de venda de peças de viaturas, ao longo da Avenida Machado Saldanha, no Bairro Popular, também no município do Kilamba Kiaxi, continuam igualmente abertas, e os proprietários, maioritariamente expatriados foram vistos no seu interior, em ambiente tranquilo.

    No mercado do Alfa Cinco, nos arredores do Cemitério da Mulemba, no Cazenga, os clientes continuam a visitar e a comprar peças sobressalentes de forma normal. Ali, vários cidadãos entre nacionais e estrangeiros, com realce para os do Congo Democrático lideram o negócio. Muitos utentes destas lojas compram viaturas acidentadas ou mesmo roubadas e desmontam, para serem comercializadas à retalho neste mercado segundo, um dos jovens que preferiu o anonimato.

    Comandante em Benguela
    O comandante-geral da Polícia Nacional, comissário geral, Paulo de Almeida reiterou, em Benguela, que a “Operação Resgate” visa a recuperação de valores que foram degradados ao longo dos tempos.

    De acordo com Paulo de Almeida, as acções a empreender nessa operação, possuem a vertente pedagógica para a sensibilização dos cidadãos, para que cumpram com as suas actividades com posturas correctas.

    As autoridades envolvidas na operação, devem levar uma mensagem educativa e fazer com que os cidadãos percebam que estão a incorrer em transgressões administrativas, devendo apelar no sentido de mudarem de atitudes e pautarem pela disciplina no exercício das suas actividades.

    Com término da visita prevista para hoje, o comandante-geral da Polícia Nacional vai avaliar o estado actual dos comandos municipais da corporação do Cubal, Caimbambo e Lobito. (Jornal de Angola)

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