Presença em grande escala das multinacionais estrangeiras na 32ª edição da Filda mobilizou vários investimentos para o processo de diversificação em curso.
Portugal e Itália são os maiores expositores na presente edição da Filda intersectorial com 95 e 65 empresas respectivamente, num universo de mais de 800 expositores oriundos de 41 países.
A Alemanha com 28 expositores constituiu a terceira maior força presente neste certame, país que mobiliza anualmente para Angola um investimento de 1,5 milhões de dólares de exportações.
À margem do fórum com a Alemanha foi anunciado que o Governo angolano identificou um conjunto de projectos privados considerados prioritários e estruturantes, investimentos na ordem de 47,9 mil milhões de dólares (5,987 triliões de kwanzas), com viabilidade e atractividade económica e social, que assentam numa estratégia de criação de clusters e cadeias produtivas, afirmou o ministro da Economia, Abrahão Gourgel.
Todos os sectores da actividade económica e produtiva estiveram representados, com destaque para os sectores das telecomunicações, agricultura, indústria, energia e petróleo, alimentação e bebidas e banca, etc.
A Megger, empresa de produção de equipamentos do ramo da energia e águas, presente em Angola há oito anos, participou no certame com a perspectiva de angariar mais clientes. O director comercial para África, Samuel Panzo, considerou importante o mercado angolano para a empresa, com representante em Angola e uma vasta lista de clientes dos sectores público e privado. “A nível de Angola, já chegamos a um 1,5 milhões de dólares por ano de exportações (cerca de 187,5 milhões de kwanzas)”, disse, para quem, o mercado angolano é muito importante, tendo em conta o ramo de energia e águas, que é uma vocação da empresa.
Por seu turno, o responsável comercial da Bosch no mercado angolano, Fernando Borges, sublinha as dificuldades que a empresa enfrenta nos últimos tempos em Angola devido a dificuldades na importação das mercadorias. Falta de resposta”, frisou. Na sua mensagem por ocasião da Filda, a secretária de Estado Parlamentar junto do Ministério da Economia e Energia da Alemanha, Brigitte Zypries, assegurou que a Alemanha e o seu sector empresarial, como parceiros internacionais reconhecidos e fiáveis, têm todo o prazer em apoiar Angola. “As empresas alemãs estão interessadas numa cooperação a longo prazo e os produtos caracterizam-se pela qualidade elevada e pela durabilidade.
Com um volume de trocas na ordem de 500 milhões de euros (cerca de 62,5 mil milhões de kwanzas), Angola já é um mercado importante e atractivo para a Alemanha na África Subsahariana”, sustentou a governante. Itália A Itália que se estreia ao mais alto nível com 70 empresas e instituições ligadas ao sector da agricultura, indústria, comércio e serviços ocupa uma parcela de 900 metros quadrados de exposição.
Os 25 expositores italianos que expõem pela primeira vez na Filda mostraram interesse em investir em Angola e representam, no seu conjunto, uma facturação anual de 60 mil milhões de euros. Segundo apurou o JE no pavilhão 1 (galeria rés-do chão) várias empresas privadas italianas estão dispostas a investir em Angola, salientando que é necessário criar condições para que esses investimentos se concretizem.
“Devemos trabalhar em conjunto para vermos os tempos certos, ter respostas claras, mas aqui estão 70 empresas dispostas a investir em Angola”, frisou um dos membros da comitiva italiana presente na Filda. Quanto a Portugal, este volta a ter o maior contingente nacional com 95 empresas e instituições (67 no pavilhão próprio nacional) ligadas ao sector da agricultura, indústria, comércio e serviços, como o banco BIC Portugal, a Astel (empresa de equipamentos de telecomunicações), Carfel (máquinas industriais), Azeol (azeite e óleo), Calibrafruta (comercialização de equipamentos hortofrutícolas), Delta Cafés e Conduril, etc, entre outras.
Assim, das empresas estrangeiras presentes nesta edição da Filda, a África do Sul esteve presente com 28 unidades fabris, a Argélia com uma, a Argentina oito, o Brasil 32, Macau duas, a China 15 e Moçambique com três, num total de 220 entidades. Os chineses também marcaram presença com cerca de seis empresas ligadas ao sector da industria e tecnologia de informação e comunicação.
Jean Njing, representante da Shenzhen Wre Cable, disse que, apesar de ser a primeira vez, estão a gostar do ambiente de negócios que o mercado angolano está a proporcionar. (jornaldeeconomia.ao)
Por: Pedro Petterson