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    Porto de Cabinda prevê melhoria com construção de quebra-mar

    Porto de Cabinda Foto: (JEF)
    Porto de Cabinda
    Foto: (JEF)

    Infra-estrutura vai permitir maior fluidez nas manobras de descarga e carregamento de mercadoria que aquela empresa portuária ainda movimenta com elevadas dificuldades através da actual ponte-cais.

    O Ministério dos Trans­portes prevê cons­truir, este ano, na província de Cabinda, um quebra mar, para conter as áreas provenientes do rio Zaire e das calemas causadas pelo mau tempo, com o objec­tivo de facilitar a atracagem dos navios de cabotagem e de longo curso na ponte cais local.

    A construção do quebra-mar insere-se no plano estratégico do Ministério dos Transportes enquadrado no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2013, com a finalidade de facilitar as ope­rações de atracagem para as descargas e carregamento de mercadorias destinadas à provín­cia de Cabinda e a outros pontos de Angola e dos países vizinhos, nomeadamente a República do Congo e da RDC.

    De acordo com o presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda, Nazareth Neto, os técnicos do Ministério dos Transportes e da ponte cais estão a trabalhar na conclusão do projecto de construção do quebra-mar e dentro de quatro meses as obras terão o seu início.

    Nazareth Neto, director do Porto de Cabinda. Foto: Rafael Tati
    Nazareth Neto, director do Porto de Cabinda.
    Foto: Rafael Tati

    Segundo Nazareth Neto, com a conclusão das obras do quebra-mar para conter as areias prove­nientes do rio Zaire e das calemas causadas pelo mau tempo, a ren­tabilidade operacional da ponte–cais de Cabinda será melhorar, o que vai permitir maior fluidez nasmanobras de descargas e de carregamento de mercadorias.

    “Por falta de um quebra-mar e das constantes calemas causa­das pelo mau tempo, os navios quando atracam na ponte-cais, existe uma barcaça que realiza as operações de baldeação do transbordo das mercadorias no alto mar dos navios de grande porte que não podem atracar na ponte-cais por limitações, por isso, com este quebra-mar cons­truído, os navios acima de 130 metros passarão a atracar com facilidade”, disse.

    O presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda referiu que desde que a ponte-cais foi inaugurada tem trabalhado normalmente apesar de algu­mas dificuldades operacionais e das calemas que passam por uma manutenção constante para o cum­primento exitoso da sua actividade na recepção de mercadorias.

    “Desde que a ponte-cais foi inaugurada, ela tem trabalhado normalmente não obstante a exis­tência de algumas dificuldades por se tratar de uma ponte com uma estrutura metálica. O empre­endimento precisa de constante manutenção. Quando há calemas, somos obrigados a desatracar os navios e as vezes ficamos 15 dias sem operações por causa desse fenómeno. No ano passado, fica­mos parados 163 dias por causa do mau tempo, mas acreditamos que este ano não teremos as difi­culdades operacionais que tive­mos no ano passado”, disse.

    Acrescentou que os principais clientes que utilizam a ponte-cais de Cabinda para a descarga das suas mercadorias já estão acostu­mados com os problemas do mau tempo que dificultam as operações e compreendem a situação.

    Adiantou que com a constru­ção do quebra mar as operações de descarga de mercadorias vão melhorar para o crescimento económico da região.

    Contentores movimentados

    No primeiro semestre deste ano, a ponte-cais de Cabinda movi­mentou 16.753 contentores diver­sos, com uma previsão inicial de 13.798 contentores, o que signi­fica que houve um aumento de 2.900 contentores movimenta­dos no primeiro semestre.

    Comparativamente com a movi­mentação operacional do ano pas­sado verificado no mesmo período, num total de 11.532 contentores, houve um aumento de 5.000.

    De acordo com o presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda, o número de contentores movimentados no primeiro semestre, num total de 16.753, mostra a importância da construção da nova ponte-cais na região, o que está a con­tribuir para dar uma resposta positiva à demanda dos clien­tes do mercado local e regio­nal na procura dos serviços do porto da região.

    “O Governo central tem um problema especial para o desenvolvimento económico de Cabinda e a ponte-cais é consi­derada a plataforma logística principal onde tudo o que é para o crescimento de Cabinda passa necessariamente. Com esta pon­te-cais, também estamos a sentir uma redução de movimentação de navios que no passado que passavam pelo porto de ponta-negra em trânsito para Cabinda, devido à operacionalidade regu­lar da ponte-cais local”, disse.

    Para Nazareth Neto, a nova ponte-cais de Cabinda tem dois objectivos principais. O primeiro é apoiar o desenvolvimento eco­nómico da província de Cabinda no sentido de contribuir para a redução dos altos preços que se praticam no mercado local, por causa das mercadorias que che­gam a Cabinda via Ponta-Negra. O segundo é apoiar a construção do porto em águas profundas. Adiantou que esses dois objecti­vos vão ser cumpridos ainda este ano e em 2014.

    Atracagem de navios

    Durante o primeiro semes­tre deste ano, a ponte-cais de Cabinda registou a atracagem de 58 navios de cabotagem pro­venientes das províncias de Ben­guela, Luanda, Namibe e dos municípios do Lobito e do Soyo, bem como de 57 navios de longo curso, vindos da África do Sul, Congo Brazzaville (Ponta-Ne­gra) e da Europa.

    Além atracagem desses navios comerciais, a ponte-cais também controlou no mesmo período a entrada de 74 navios petroleiros que apoiam a acti­vidade petrolífera no campo do Malongo.

    Com o objectivo de melhorar a operacionalidade na ponte-cais, o Conselho de Administração do Porto de Cabinda tem como prio­ridade necessária a construção do quebra mar para se evitar que as gruas dos navios façam o tra­balho de descarga. “O trabalho de descarga de contentores feito pelas gruas dos navios será neu­tralizado, porque quando opera­mos com as gruas dos próprios navios não conseguimos as metas planeadas em receitas”. JOAQUIM SUAMI (Jornal de Economia & Finanças)

     

     

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