Infra-estrutura vai permitir maior fluidez nas manobras de descarga e carregamento de mercadoria que aquela empresa portuária ainda movimenta com elevadas dificuldades através da actual ponte-cais.
O Ministério dos Transportes prevê construir, este ano, na província de Cabinda, um quebra mar, para conter as áreas provenientes do rio Zaire e das calemas causadas pelo mau tempo, com o objectivo de facilitar a atracagem dos navios de cabotagem e de longo curso na ponte cais local.
A construção do quebra-mar insere-se no plano estratégico do Ministério dos Transportes enquadrado no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2013, com a finalidade de facilitar as operações de atracagem para as descargas e carregamento de mercadorias destinadas à província de Cabinda e a outros pontos de Angola e dos países vizinhos, nomeadamente a República do Congo e da RDC.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda, Nazareth Neto, os técnicos do Ministério dos Transportes e da ponte cais estão a trabalhar na conclusão do projecto de construção do quebra-mar e dentro de quatro meses as obras terão o seu início.
Segundo Nazareth Neto, com a conclusão das obras do quebra-mar para conter as areias provenientes do rio Zaire e das calemas causadas pelo mau tempo, a rentabilidade operacional da ponte–cais de Cabinda será melhorar, o que vai permitir maior fluidez nasmanobras de descargas e de carregamento de mercadorias.
“Por falta de um quebra-mar e das constantes calemas causadas pelo mau tempo, os navios quando atracam na ponte-cais, existe uma barcaça que realiza as operações de baldeação do transbordo das mercadorias no alto mar dos navios de grande porte que não podem atracar na ponte-cais por limitações, por isso, com este quebra-mar construído, os navios acima de 130 metros passarão a atracar com facilidade”, disse.
O presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda referiu que desde que a ponte-cais foi inaugurada tem trabalhado normalmente apesar de algumas dificuldades operacionais e das calemas que passam por uma manutenção constante para o cumprimento exitoso da sua actividade na recepção de mercadorias.
“Desde que a ponte-cais foi inaugurada, ela tem trabalhado normalmente não obstante a existência de algumas dificuldades por se tratar de uma ponte com uma estrutura metálica. O empreendimento precisa de constante manutenção. Quando há calemas, somos obrigados a desatracar os navios e as vezes ficamos 15 dias sem operações por causa desse fenómeno. No ano passado, ficamos parados 163 dias por causa do mau tempo, mas acreditamos que este ano não teremos as dificuldades operacionais que tivemos no ano passado”, disse.
Acrescentou que os principais clientes que utilizam a ponte-cais de Cabinda para a descarga das suas mercadorias já estão acostumados com os problemas do mau tempo que dificultam as operações e compreendem a situação.
Adiantou que com a construção do quebra mar as operações de descarga de mercadorias vão melhorar para o crescimento económico da região.
Contentores movimentados
No primeiro semestre deste ano, a ponte-cais de Cabinda movimentou 16.753 contentores diversos, com uma previsão inicial de 13.798 contentores, o que significa que houve um aumento de 2.900 contentores movimentados no primeiro semestre.
Comparativamente com a movimentação operacional do ano passado verificado no mesmo período, num total de 11.532 contentores, houve um aumento de 5.000.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda, o número de contentores movimentados no primeiro semestre, num total de 16.753, mostra a importância da construção da nova ponte-cais na região, o que está a contribuir para dar uma resposta positiva à demanda dos clientes do mercado local e regional na procura dos serviços do porto da região.
“O Governo central tem um problema especial para o desenvolvimento económico de Cabinda e a ponte-cais é considerada a plataforma logística principal onde tudo o que é para o crescimento de Cabinda passa necessariamente. Com esta ponte-cais, também estamos a sentir uma redução de movimentação de navios que no passado que passavam pelo porto de ponta-negra em trânsito para Cabinda, devido à operacionalidade regular da ponte-cais local”, disse.
Para Nazareth Neto, a nova ponte-cais de Cabinda tem dois objectivos principais. O primeiro é apoiar o desenvolvimento económico da província de Cabinda no sentido de contribuir para a redução dos altos preços que se praticam no mercado local, por causa das mercadorias que chegam a Cabinda via Ponta-Negra. O segundo é apoiar a construção do porto em águas profundas. Adiantou que esses dois objectivos vão ser cumpridos ainda este ano e em 2014.
Atracagem de navios
Durante o primeiro semestre deste ano, a ponte-cais de Cabinda registou a atracagem de 58 navios de cabotagem provenientes das províncias de Benguela, Luanda, Namibe e dos municípios do Lobito e do Soyo, bem como de 57 navios de longo curso, vindos da África do Sul, Congo Brazzaville (Ponta-Negra) e da Europa.
Além atracagem desses navios comerciais, a ponte-cais também controlou no mesmo período a entrada de 74 navios petroleiros que apoiam a actividade petrolífera no campo do Malongo.
Com o objectivo de melhorar a operacionalidade na ponte-cais, o Conselho de Administração do Porto de Cabinda tem como prioridade necessária a construção do quebra mar para se evitar que as gruas dos navios façam o trabalho de descarga. “O trabalho de descarga de contentores feito pelas gruas dos navios será neutralizado, porque quando operamos com as gruas dos próprios navios não conseguimos as metas planeadas em receitas”. JOAQUIM SUAMI (Jornal de Economia & Finanças)