Um agente da polícia americana que disparou em Ohio (nordeste) contra um homem negro durante um controle de trânsito em 19 de Julho foi indiciado pelo homicídio nesta quarta-feira.
“Ele não estava lidar com alguém que era procurado por assassinato, estava lidar com um cidadão que estava sem documentos” do veículo, declarou à imprensa o promotor Joseph Deters, do condado de Hamilton.
“Foi, em linguagem clara, uma interpelação triste. Se o motorista começa a afastar-se, devemos deixá-lo ir. Não há necessidade de atirar em sua cabeça” por este motivo, ressaltou.
O caso se soma a uma lista de outros semelhantes entre negros e agentes da polícia, em que esses civis foram mortos.
“Sinto muito por sua família e lamento muito pela comunidade”, afirmou Deters. “É ridículo o que aconteceu”, acrescentou.
O autor do crime, o policial da Universidade de Cincinnati Ray Tensing, declarou em um primeiro momento que havia disparado contra a cabeça de Sam Dubose depois que ele tentou escapar levando consigo o policial.
Mas ao rever a gravação feita pela câmara que o próprio policial carregava, tornou-se evidente que a vida de Tensing não esteve em perigo em qualquer momento.
“Não dá para acreditar o quão rapidamente ele saca a sua arma e atira na cabeça da vítima. Ocorre talvez em um segundo. É incrível. E não faz sentido”, disse Deters.
“Eu acredito que o agente perdeu a paciência porque Dubose não quis sair do carro”, acrescentou.
O vídeo mostra como Tensing se aproxima do veículo e pede os documentos de Dubose, que questiona o motivo de ter sido parado e diz ter deixado a carteira em casa. Em seguida, o veículo começa a afastar-se lentamente. Num piscar de olhos, a arma aparece no campo visual. A imagem torna-se muito instável, mostrando como Tensing corre atrás do veículo enquanto ele continua rodando.
Dubose morreu imediatamente, de acordo com Deters.
Tensing não deveria ter sido autorizado a portar uma arma, nem uma insígnia, segundo Deters.
A Universidade de Cincinnati não abriu nesta quarta-feira e colocou obstáculos nas entradas para evitar reacções de protestos ou de violência. (afp.com)