Jurista classifica de grave violação da lei impedir que o advogado e familiares tenham contacto com o preso
O jurista angolano Agostinho Canando classifica de grave e uma violação da lei a decisão das autoridades angolanas proibirem familiares e o advogado de terem acesso ao dirigente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, detido há oito dias.
É preocupante para alguns o facto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e a Procuradoria Geral da República (PGR) dizerem desconhecer o seu paradeiro.
“O contacto directo entre eles não deve ser inviabilizado e já constitui uma violação”, disse Canando para quem não saber o paradeiro de Zecamutchima “dá claramente um sinal de que todos os direitos tem sido violados”.
O advogado Salvador Freire disse por seu turno que nunca mais teve contacto com o seu cliente desde que este foi preso desconhecendo precisamente onde se encontra.
A única informação que lhe é prestada é dada pelo piquete do local onde foi detido quando lá se apresentou, que diz apenas que ele continua detido no local.
“Não posso dar uma informação exacta porque nós não temos contacto físico com Zecamutchima, apenas o piquete vem-nos dizer que está aqui, mas não sabemos ao certo se está aí ou não”, disse.
Salvador Freire disse que na altura da detenção foi informado que Zecamutchima poderia ser levado para a Lunda Norte para ser interrogado e que se isso acontecer tenciona deslocar-se a essa província para defender o seu cliente.
A Voz da América já contactou o Procurador Álvaro João, porta-voz da PGR, que disse não ter qualquer informação sobre o paradeiro de José Mateus Zecamutchima.
Manuel Halaiwa porta-voz do SIC-Geral disse também não ter informações.