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    Petróleo barato dificulta liquidez e financiamento do défice em África, diz Moody’s

    Os países da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) deverão sofrer problemas de liquidez devido às dificuldades de financiamento do défice devido aos baixos preços do petróleo.

    De acordo com o relatório da agência de notação financeira Moody’s intitulado ‘Pressões de liquidez relacionadas com o petróleo vão enfraquecer ainda mais o perfil de créditos dos países da CEEAC’, os países desta comunidade “deverão enfrentar crescentes pressões de liquidez, à medida que lutam para financiar os grandes défices orçamentais, e com menos opções de financiamento”.

    O documento, enviado hoje aos investidores e a que a Lusa teve acesso, não é uma acção de ‘rating’, mas antes uma opinião sobre um determinado sector, região ou área, e aborda o impacto da descida dos preços do petróleo nas economias desta comunidade económica e as suas implicações nas finanças públicas.

    “Os persistentes défices motivados pelo petróleo vão continuar a criar grandes requisitos de financiamento; os governos registaram grandes défices orçamentais ao mesmo tempo que os preços estão em baixa, e já praticamente esgotaram as opções tradicionais de financiamento”, comentou a analista sénior Lucie Villa.

    “Os governos da CEEAC recorreram extensivamente ao financiamento dos bancos centrais, reservas orçamentais e os mercados regionais internacionais para financiar os seus défices desde 2014”, lê-se no relatório, que acrescenta ainda que “a determinação dos esforços nos próximos meses vai determinar as trajectórias de crédito”.

    A Moody’s antevê que os governos dêem prioridade ao serviço da dívida face aos desafios de financiamento, mas “se os governos encontrarem dificuldades para cobrir os requisitos de financiamento, a Moody’s espera que haja atrasos nos pagamentos, principalmente nos fornecedores de produtos e serviços” para as empresas públicas.

    Em Agosto, o Governo de Angola mudou as previsões oficiais para o crescimento do PIB este ano, antecipando agora uma expansão económica de apenas 1,1% este ano, quando antes o valor apontava para 3,3%, e um aumento da expectativa para a inflação, que passa de 11% para 38,5%.

    Em Julho, o Fundo Monetário Internacional agravou a previsão de recessão económica na Guiné Equatorial, de 7,4% para 10%, este ano, considerando que a economia tem de se reiniciar privilegiando outras áreas para além dos recursos naturais.

    A descida do preço do petróleo desde meados de 2014 teve um impacto fortíssimo nas economias dependentes deste recurso natural, particularmente na África subsaariana, onde no caso de Angola e Guiné Equatorial representa a quase totalidade das exportações e a principal fonte de financiamento do Orçamento do Estado. (Negocios)

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