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    Papa Francisco pede orações pela Diocese de Benguela

    O papa Francisco pediu orações de todos os fiéis que se beneficiaram do longevo serviço pastoral do malogrado bispo emérito da Diocese de Benguela, Dom Óscar Braga, implorando a Deus o “prémio” dos seus trabalhos prestados à Igreja.

    Em mensagem do Secretário de Estado do Vaticano em nome do Santo Padre, lida na celebração solene, na Sé Catedral, pelo secretário da Nunciatura Apostólica em Angola, Michelle Tutalo, o pontífice manifesta pesar pela morte de Dom Óscar Braga e deseja que todos os fiéis estejam unidos em oração, sobretudo para o bispo da Diocese de Benguela.

    O papa Francisco augura que o bispo Dom António Jaka conduza pelos caminhos do Evangelho o povo de Deus que lhe foi confiado, mostrando-se particularmente solícito no sentido de procurar formar e amparar generosos operários para a messe do Senhor.

    “O Papa Francisco confia a materna protecção da virgem Maria àqueles que participam física ou espiritualmente nas exéquias, animados pela esperança segura da ressurreição”, lê-se na referida mensagem de condolências, em que o Santo Padre ainda aproveita para conceder “confortadora bênção apostólica” aos fiéis católicos no País.

    CEAST quer continuidade do legado de Dom Óscar

    O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) e arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, olha para a longa e frutífera existência de Dom Óscar como testemunho da alegria do Evangelho e pede que o seu legado continue a produzir frutos de maior conversão no meio do povo.

    Intervindo no acto solene, Dom Filomeno Vieira Dias exaltou o exemplo de humildade e simplicidade do bispo Dom Óscar Braga, que na vida nunca procurou dignidade e distinções.

    “Ao irmão Dom Óscar Braga não se celebra, mas comemora-se pelo encanto, pela frescura, pela ternura e pelo embalo da sua vida”, referiu, qualificando Dom Óscar Braga como irmão universal e ecuménico, que manteve sempre bem alto o farol da fé no caminho dos homens, de modo indistinto.

    Para Dom Filomeno Vieira Dias, o bispo Óscar Braga esteve sempre presente e actuante nas mais importantes reflexões e acções da nossa Igreja, razão pela qual o sentimento é de gratidão a Deus pela presença do malogrado no caminho eclesial.

    “Se revelou autêntica testemunha do Evangelho no meio do seu povo, a todos apontando a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade em permanente atenção pelos mais desfavorecidos”, realçou, acentuando que, tanto a CEAST, quanto Angola inteira, reconhece, louva e agradece pelo itinerário percorrido por Dom Óscar.

    Rui Falcão destaca “heroísmo” de Dom Óscar

    Também o governador provincial de Benguela, Rui Falcão, interveio na ocasião e acentuou o engajamento do malogrado em causas humanísticas que testemunham a sua elevação, como um dos mais insignes sacerdotes que galgou de lés-a-lés as planícies, os vales, as montanhas, os rios e o mar de Ombaka.

    “Inspirou com o seu grande coração de generosidade e de humildade a irmandade e a solidariedade, entre os cristãos e cidadãos em geral, em prol de uma Benguela melhor”, disse, considerando que Dom Óscar Braga, enquanto bispo em funções, assumiu-se como um homem íntegro, cumpridor das tarefas da messe do Senhor em terras de Ombaka.

    Porém, frisou que o infausto acontecimento dá-se num contexto adverso, imposto pela pandemia da Covid-19, que no cumprimento escrupuloso das regras estabelecidas pela Situação de Calamidade Pública, remete a sociedade à limitação de manifestar-se emocionalmente, à dimensão de tão ilustre figura que amiúde e ao longo do tempo, formou homens e criou instituições.

    Já o presidente da UNITA, Adalberto da Costa, não tem dúvida de que Dom Óscar deixa uma grande obra, facto que ficou provado no momento da despedida, pelo carinho e o respeito.

    O empenho na formação do homem ligado à Igreja e a extraordinária obra social são dois feitos apontados pelo líder do maior partido na oposição, para quem fica agora o desafio para os continuadores no âmbito da missão da Igreja.

    “Também fui beneficiário de Dom Óscar desde 1975, que o conheci no início do seu episcopado em Benguela”, frisou, salientando que o bispo emérito de Benguela marcava pela sua humildade. “Dom Óscar jogava futebol com os seminaristas, com sua batina”.

    Dom Óscar Braga dirigiu a Igreja Católica na Diocese de Benguela, de 1975 a 2008, tendo ordenado para o sacerdócio mais de 300 diáconos e consagrado ao episcopado três bispos, uma façanha considerada inédita.

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    FonteAngop

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