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    Na RDC: Poluição da mina de Catoca causou mortos e doenças em milhares de pessoas

    A República Democrática do Congo vai exigir uma indemnização aos donos da mina de diamantes de Catoca em Angola na sequência da fuga de material residual ter poluído um rio causando 12 mortes, disse a ministra do Ambiente da RDC, Eve Bazaiba que acrescentou que milhares de pessoas adoeceram como resultado da poluição

    O mês passado foi revelado que a fuga de metais pesados de uma mina no norte de Angola tinha causado “uma catástrofe ambiental sem precedentes” e Bazaiba que acaba de visitar a zona afectada na província de Kasai disse que para além dos 12 mortes 4.400 pessoas adoeceram.

    A ministra disse que a RDC vai pedir uma indemnização de acordo com o princípio “o poluidor paga” ao abrigo do qual os que causam poluição pagam pelos custos de mitigação do desastre.

    Ela disse no entanto não saber qual a indemnização que o país vai pedir à operadora da mina, a Sociedade Mineira de Catoca que não respondeu a um pedido de comentário feito pela agência Reuters às declarações da ministra congolesa.

    A mina de Catoca é uma uma operação conjunta da companhia estatal Endiama e a companhia russa Alrosa e admitiu no mês passado ter havido uma fuga para o rio Lova na sequência da rotura de um vertedouro para o dique de resíduos da mina.

    O rio Lova é um afluente do rio rio Tshikapa que por seu turno é um afluente do Rio Congo.

    A agências de notícias Reuters disse ter revisto imagens de satélite que indicam que a 25 de Julho o rio “ficou vermelho”.

    O silêncio das companhias

    O incidente nunca foi inicialmente revelado pelas companhias mineiras e só veio a público depois de investigadores congoleses terem revelado a ocorrência do que chamaram de “uma catástrofe ambiental sem precedentes” em finais de Agosto em que peixes e mesmo hipopótamos morreram

    A poluição estava a provocar entre as populações que vivem ao longo dos rios afectados e que usam a sua água e alimentam-se do seu peixe.

    Desconhece-se se o desastre ambiental teve ou está a ter quaisquer consequências em território angolano porque o governo tem mantido o silêncio e as companhias envolvidas pouco ou nada disseram até agora

    A Sociedade Mineira de Catoca emitiu um comunicado só a 23 de Agosto admitindo o desastre , tendo afirmado que a fuga foi reparada a 9 de Agosto o que significa que durante vários dias o material venenoso foi para o rio Lova.

    A companhia acrescentou que iria fornecer bens essenciais aos residentes das zonas do rio para tentar mitigar o impacto dessa fuga de material poluente.

    A Alrosa que controla 41% do empreendimento de Catoca disse não ser da sua responsabilidade revelar o incidente porque não controla o local enquanto a Endiama disse também não ser sua responsabilidade dar conhecimento público do incidente.

    A Endiama disse ter tomado conhecimento da fuga do material a 30 de Julho.

    O conselho Internacional de Minas e Metais que participou na elaboração de padrões de segurança para barragens de resíduos mas da qual a Alrosa não faz parte disse ter oferecido a ajuda à Alrosa após o incidente

    Não houve ainda uma reacção do governo angolano às declarações da ministra congolesa sobre as mortes e indemnizações

    Anteriormente o Ministério dos Negócios Estrangeiros da RDC disse que os Governos dos dois países tinham acordado em formar uma equipa conjunta para investigar a fonte da poluição.

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