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    Mourão defende ‘pragmatismo’ na política externa e interna

    AFP

    O vice-presidente Hamilton Mourão destacou nesta segunda-feira (15) a necessidade de “flexibilidade e pragmatismo” em questões como a crise da Venezuela, as relações com a Argentina em caso de vitória do peronismo ou as relações comerciais com a China, mostrando-se uma vez mais como uma voz moderada dentro do governo de Jair Bolsonaro.

    No campo interno, o general Mourão insistiu na necessidade de continuar avançando nas reformas econômicas liberais, relegando a segundo plano pelo momento a agenda “dos costumes”, impulsionada pelos setores mais conservadores do “bolsonarismo”.

    “Estamos vivendo um momento de instabilidade, de concorrência entre países (…) Um retorno a certo protecionismo” e o Brasil deve adotar “uma posição na qual tem que que ser flexível e pragmático”, disse Mourão num encontro com jornalistas estrangeiros no Rio de Janeiro.

    Essa atitude se aplica a vários temas:

    Venezuela: sem solução a curto prazo

    O governo brasileiro reconheceu – assim como os Estados Unidos e outros 50 países – o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, mas Mourão pensa que “essa crise não tem um desfecho a curto prazo”.

    “Existem atores externos como Rússia e China [aliados de Maduro] (…) e uma grande presença de cubanos que controlam as milícias bolivarianas e o serviço de Inteligência”, ponderou.

    O melhor que outros países podem fazer, acrescentou, é “ajudar na busca de uma solução correta que leve a novas eleições”.

    China: nenhum veto à Huawei

    Mourão informou que o Brasil, que em 2020 deve licitar sua rede 5G, não apresentou nenhuma restrição à atividade da empresa chinesa Huawei, no centro de recentes controvérsias entre Pequim e Estados Unidos.

    “Não há veto à Huawei no Brasil. A Huawei está aqui há dez anos”, disse o vice-presidente. “Não podemos em nenhum momento depreciar a relação om a China, que é nosso maior sócio comercial”, acrescentou.

    Argentina: relações entre Estados

    Bolsonaro assumiu publicamente seu apoio ao presidente argentino, Mauricio Macri, e advertiu que uma vitória em outubro da chapa peronista de Alberto Fernádez-Cristina Kirchner poderia desencadear uma crise econômica e humanitária “como a da Venezuela”.

    Mourão, ao ser perguntado sobre o tema, admitiu que no governo “há uma torcida” a favor de Macri, mas esclareceu que as relações entre os dois países são “de Estado para Estado, independentemente do governo”.

    Prioridade para a economia

    Em declarações à AFP após o encontro, Mourão destacou a necessidade de avançar na reforma da previdência (em processo de aprovação no Congresso) e em outras medidas econômicas, antes de dar espaço para a agenda “de costumes” defendida pelos partidários da flexibilização do porte de armas ou pelas igrejas neopentecostais com muita influência no Congresso.

    “Temos que reverter esta situação de crescimento baixo e baixa produtividade. 2019 será um ano importante para concluir a reforma da previdência e encaminhar a reforma tributária.(…) Depois será possível pensar na questão política, que está muito vinculada à questão dos costumes”, disse Mourão.

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