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    Moçambique é o país com a terceira maior percentagem de casos de malária no mundo

    Moçambique é o país com a terceira maior percentagem (5%) de casos de malária no mundo e o oitavo onde a doença mais mata (3% do total de vítimas), segundo o relatório anual divulgado pela OMS.

    O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2018 indica que se confirma mais uma vez que o mundo não está no caminho certo para alcançar dois objetivos fundamentais da estratégia técnica mundial para a malária relativa ao período 2016 e 2030.

    Estes objetivos prevêm reduzir a morbidade e a mortalidade por malária em pelo menos 40% até 2020, em comparação com os níveis de 2015.

    O relatório considera particularmente preocupante o facto de que em 2017 cerca de 3.5 milhões de casos adicionais de malária ocorreram nos 10 países africanos mais afetados.

    70% da malária concentrado em 10 países

    Segundo os dados divulgados pela OMS aproximadamente 70% da carga mundial da malária está concentrada neste grupo de países mais a Índia.

    “Com mais de 400 mil pessoas projetadas para morrer este ano de uma doença totalmente evitável e tratável e uma resposta global, que regista maior atraso na consecução das metas, devemos avançar mais rápido” refere o relatório.

    Segundo Pedro Alonso, Diretor do Programa Mundial contra a Malária da Organização Mundial da Saúde “a Nigéria representa 25% do total da malária que se dá no mundo seguido da República Democrática do Congo (RDC) e Moçambique em terceiro lugar”.

    Moçambique e Angola figuram entre os países que retrocederam na luta contra a malária no ano passado, indicou ainda Pedro Alonso que apontou Cabo Verde como um exemplo de sucesso entre os países africanos de língua portuguesa.

    Cabo Verde como exemplo

    Disse que depois de ter registado um surto epidémico muito grande no país, Cabo Verde com o apoio da OMS conseguiu responder ao fenómeno a ponto de eliminar a malária.

    “Há quase um ano que não há mais transmissões de malária em Cabo Verde. É um grande exemplo de que quando um país reage de forma vigorosa pode inclusivamente chegar a potenciar a eliminar a malária”.

    Para o Diretor do Programa Nacional de Controle da Malária, Baltazar Candrino, as causas do elevado número de casos de malária em Moçambique estão associadas a vários fatores.”O clima de Moçambique ajuda ao desenvolvimento dos mosquitos mas também a questão do saneamento do meio é crucial”.

    Baltazar Candrino afirmou que Moçambique registou nos primeiros nove mêses deste ano um total de oito milhões de casos, o que representa uma redução comparativamente a igual período do ano passado, verificando-se também uma tendência decrescente de óbitos nos últimos anos.

    Nova abordagem no combate à malária

    Paralelamente ao relatório sobre a malária no mundo 2018, a OMS lançou uma iniciativa denominada resposta para alcançar alto impacto em países com um elevado peso da doença.

    Esta nova abordagem do combate a malária é baseada em quatro pilares fundamentais nomeadamente vontade política dos países afectados para reduzir as mortes pela doença, informação estratégica para impulsionar o impacto, melhores diretrizes, políticas e estratégias e uma resposta coordenada do país.

    A OMS apelou, igualmente, aos países membros para aumentarem os fundos alocados ao combate a doença, recursos que têm vindo a reduzir em termos per capita com o aumento da população.

    Compromisso político

    Por seu turno, a ministra da Saúde, Nazira Abdula, reiterou o cometimento político do Governo no combate à malária.

    “Termino realçando o nosso compromisso de manter a iniciativa, intensificar acções de promoção, prevenção da malária, e tratamento da malária de modo que possamos alcançar os resultados que devem-se reflectir na melhoria da vida das populações”.

    Nazira Abdula reconheceu o impacto negativo da malária para o país tendo afirmado que “a malária representa um peso no sistema de saúde tanto em recursos humanos das unidades sanitárias como na aquisição logística de medicamentos e outros produtos, na distribuição de redes mosquiteiras e custos de pulverização intradomiciliária entre outros. A produção, crescimento e desenvolvimento económicos também são afetados pelo absentismo laboral e pela diminuição da produtividade”.

    O lançamento do relatório mundial sobre a malária 2018 e da iniciativa destinada a alcançar um maior impacto no combate a doença nos 11 países que registam um elevado peso da malária foi seguido de debates em vários painéis. (DW África)

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