Milhares de mulheres reúnem-se em todo o mundo para a marcha, marcada para o dia seguinte à eleição de Donald Trump. Em Portugal, a concentração já começou em cinco cidades.
Um dia depois da tomada de posse de Donald Trump, cerca de 200 mil mulheres estão a juntar-se em Washington para a Marcha das Mulheres, para defenderem os seus direitos. O The Guardian escreve que esta pode ser “uma das maiores marchas na história recente dos EUA”, e recorda que a organização do protesto afirmou que não se trata especificamente de um protesto anti-Trump, apesar da data escolhida. À marcha organizada em Washington juntam-se mais de 280 protestos organizados de forma independente em todos os estados dos EUA.
Além dos protestos organizados nos Estados Unidos, marcados logo para o início do dia, foram organizados protestos em dezenas de outros países, incluindo em Portugal. Durante as primeiras horas da tarde, mais de cem pessoas, maioritariamente mulheres mas também alguns homens, concentraram-se junto da Embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa, para protestar contra as posições do novo presidente, que consideram machistas.
“Não sejas Trump!”, “Parar o machismo, construir a igualdade”, “Por todas nós!”, “Não nos vamos calar!”, “Contra o ódio no poder!”, “O assédio é um tédio”, “Operação machista não!”, eram algumas das frases exibidas nos cartazes das pessoas que se concentraram em Lisboa, segundo informações transmitidas pela agência Lusa
A “Marcha das Mulheres” ganhou dimensão de movimento global e, segundo os organizadores, há pelo menos 161 protestos agendados em mais de 60 países dos sete continentes. Nos Estados Unidos, estão previstas mais de 350 manifestações.
Veja as imagens na foto galeria acima e siga os acontecimentos neste artigo.
Portugal
Em Portugal, já começaram as concentrações para o protesto, associado à marcha mundial das mulheres. Algumas imagens nas redes sociais dão conta do início da concentração junto à embaixada dos EUA em Lisboa. Junto aos ainda poucos manifestantes está a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que defendeu, em declarações à TVI24, que “a democracia está a encolher o seu espaço”, e que é preciso “resgatá-la a partir da sociedade civil. Este movimento é um belíssimo exemplo de como isso se faz”. Para a eurodeputada bloquista, “a mensagem de Donald Trump é muito clara a esse respeito, e nós temos de nos unir”. Actualmente, “não estamos num momento político normal, estamos a ter muitos retrocessos do ponto de vista dos direitos das mulheres”, defendeu.
A marcha em Washington
O início do evento está agendado para as 10h (15h na hora de Lisboa) mas a multidão já se começa a juntar em Washington, como mostram algumas imagens partilhadas na Internet por quem está no local. Em Washington está o repórter João de Almeida Dias, do Observador.
Entretanto a organização anunciou que a entrada para o local de concentração foi encerrado, e está a pedir às manifestantes que se dirijam para o protesto por locais alternativos.
Há mesmo aviões cheios de mulheres que se dirigem para a marcha:
A marcha em Nova Iorque
Nova Iorque é também uma das cidades onde é esperado um grande número de participantes.
Aqui, as fotografias do jornalista Sean Ludwig, que se encontra a acompanhar a Marcha, dão conta da enchente em algumas das principais artérias da cidade.
A família de Sandeep Junnarkar, director do programa de Jornalismo Interativo da CUNY, que se prepara para a Marcha com cartazes muito inteligentes. Da esquerda para a direita: “Isto nunca foi um vestido”, “As raparigas só querem … direitos humanos fundamentais”, e “As nossas costas contam histórias que nenhuma lombada de nenhum livro tem força para carregar”, uma citação de Rupi Kaur, uma poetisa feminista canadiana.
Austrália e Nova Zelândia, os primeiros protestos
Cerca de 3 mil pessoas juntaram-se logo no início do dia em Sydney, para o primeiro protesto. Mais 5 mil pessoas em Melbourne e 2 mil na Nova Zelândia também marcharam esta manhã.
Protestos por toda a Europa
Londres:
Paris:
Roma:
Berlim:
Milão:
E nas cidades de Portugal. (Observador) por João Francisco Gomes