A Maersk Line, líder mundial no transporte de contentores refrigerados, lucrou no primeiro semestre deste ano 643 milhões de dólares, tendo sido a responsável pelo transporte marítimo de cerca de metade da carga refrigerada para Angola.
Os dados foram hoje avançados pelo director-geral da Maersk Line Angola, Cláudio Rosa, num encontro com a imprensa que serviu para apresentação dos resultados financeiros da empresa durante os primeiros seis meses no mundo.
Os lucros verificados no primeiro semestre de 2013, segundo aquele responsável, correspondem a uma melhoria de mil milhões de dólares, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, graças a uma redução dos custos operacionais.
“A região oeste de África, que engloba desde a Mauritânia até à Namíbia, colaborou com 15% do valor dos lucros. Isso é um valor imenso”, considerou Cláudio Rosa.
Segundo aquele responsável, a procura para Angola tem registado nos últimos anos aumentos na ordem dos 8% a 10%, que a Maersk Angola tem acompanhado “de maneira pró-activa”.
Cláudio Rosa referiu que a dinâmica de transporte para Angola sofreu alterações nos últimos anos, tendo o lugar de Portugal e do Brasil sido ocupado pela China, Estados Unidos da América, Bélgica, Tailândia e África do Sul, que registam crescimentos na ordem dos 20% a 40%, enquanto aqueles países lusófonos se situam entre os 5% e 10%.
“Isso demonstra que o mundo é diversificado e o povo angolano exige cada vez mais o melhor produto do mundo, não só o melhor produto português, mas o melhor produto do mundo, e a Maersk tem contribuído quanto a isso, apresentando produtos compatíveis até em custo para trazer estas mercadorias para cá”, frisou aquele responsável.
Da China são provenientes essencialmente eletrodomésticos e materiais de construção, dos EUA carnes e frangos, da Bélgica farinha de milho e ovos, e da Tailândia arroz.
Portugal detém ainda o mercado das cervejas, com uma diminuição significativa este ano, recuperada, entretanto, no segundo trimestre do ano em curso.
Relativamente a investimentos em Angola, a Maersk Line não pretende fazê-los ao longo deste ano, aguardando por uma estabilidade do mercado, cuja tendência é de uma mudança maior nos próximos anos.
“O que acontece neste momento, é que o mercado continua muito instável, existe ainda uma pressão muito grande nos preços, todo esse lucro que apresentámos foi decorrente mais da diminuição de custos operacionais, do que do aumento de custos de frete aos nossos clientes e foi decidido também que não haveria nenhum investimento nos últimos meses e a gente prevê que não haverá nenhum investimento ao longo deste ano”, adiantou.
Do início do ano até Abril, a Maersk Line Angola registou algumas dificuldades, ligadas à demora na atracagem dos navios, que chegaram a aguardar 12 dias ao largo.
A demora foi devida às obras que decorrem em alguns portos de Angola, nomeadamente do Lobito e do Namibe, causando prejuízos que a Maersk calculou em 28 mil dólares diários.
“28 mil dólares por dia é realmente um custo que preocupa, mas nós reconhecemos os esforços e a vontade das autoridades portuárias para dar maior vazão e diminuir estes constrangimentos”, referiu Cláudio Rosa.
A Maersk está em Angola há 15 anos, onde começou apenas com o serviço para Portugal, estando hoje com pelo menos quatro serviços semanais vindos de todo o mundo. LUSA (expansao.ao)
