Um terceiro jornalista foi detido na Turquia, fazendo aumentar a preocupação pela introdução da censura no país.
Um jornalista do jornal Huriyet Ertugrul Ozkok foi preso sob a acusação de difamação após publicar um artigo que supostamente critica o actual presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, segundo informou a agência de notícias local DPA.
A rede alemã Deutsche Welle divulga que Ozkok ainda em Setembro escreveu um artigo na qual não era sequer mencionado o nome do presidente, mas supostamente era criticado de forma indirecta. Caso venha a ser declarado culpado, o jornalista pode ser condenado a cinco anos e quatro meses de prisão.
A informação veio apenas dois dias após outros dois jornalistas da oposição terem sido presos sob acusações de espionagem. A detenção causou uma viva reacção na sociedade e centenas de pessoas saíram às ruas de Istambul.
Can Dundar, o editor-chefe do jornal Cumhuriyet e Erdem Gul, chefe do escritório da mesma edição em Ancara, foram presos após publicação de um artigo que sugere que a agência de inteligência turca tem estado envolvida no fornecimento de armas a rebeldes sírios de origem turca – os chamados turcomanos que lutam contra o presidente legítimo sírio Bashar Assad.
O artigo em questão, publicado em maio passado, causou enorme polémica em todo o país e resultou na promessa de Erdogan de fazer os jornalistas pagar um “preço alto” pela publicação, segundo informou na altura o jornal britânico Guardian.
Um destino mais trágico teve a jornalista do canal televisivo PressTV Serena Shim, que tentou investigar o envolvimento da Turquia na crise síria, em particular no fluxo de armas e militantes que combatem Assad. Serena Shim morreu em um misterioso acidente de carro em 2014. (sputniknews.com)