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    Jovens do Prenda, Kiezos e Kimbambas do Ritmo no Muzongué da Tradição

    Os agrupamentos Jovens do Prenda, Kiezos e Kimbambas do Prenda tomam de assalto, no domingo, 15, o palco do Centro Cultural e Recreativo Kilamba, em Luanda, para mais uma edição do programa Muzongué da Tradição.

    O programa, que servirá para assinalar mais um aniversário do agrupamento Os Jovens do Prenda, terá a participação especial de Augusto Chacaia, António do Fumo Filho, Lulas da Paixão e António Paulino.

    Em pouco mais de sete horas, as três bandas e os artistas convidados terá a missão de passar em revista os seus vastos e ricos repertórios constituídos por temas que marcaram e continuam a marcar o musical hall nacional desde a década de 70.

    O director do Kilamba, Estêvão Costa, que avançou, nesta segunda-feira, a informação à Angop, adiantou que a intenção colocar ao dispor dos usuários do espaço momentos especiais ao som do que melhor se produziu, musicalmente, no país, entre os anos 70, 80 e 90.

    “Como já é apanágio da casa, vamos dar o melhor. Temos um compromisso para com o público e para com a música angolana e neste particular o Kilamba procura sempre dar o melhor ao seu público”, reforçou a fonte.

    Os Jovens do Prenda

    Os Jovens do Prenda têm um repertório onde se destacam temas como: “manhã de domingo”, “Angelica”, “Bela”, “Manuela”, “Sandra”, “Aiue ngongo”, “Ilha virgem, “Tia”, “Farra”, “Madrugada”, “Desespero”, “Fim-de-semana”, “Nova Cooperação”, “Gienda ni ubeka”, “Mutudi”, “Gienda ja nami”.

    Os Jovens do Prenda surgem em 1964, com a designação Jovens do Catambor, passando ainda nesse mesmo ano a chamarem-se Jovens da Maianga e em 1969 passam a ter a designação de Jovens do Prenda.

    O nome surge a conselho de Manguxi, um empresário do Sambizanga.

    A formação de Os Jovens do Catambor já possuía um leque impressionante de músicos, em que se destacavam nomes como Manuelito Maventa, (viola solo), Zeca Kaquarta, (tambor), Napoleão, (Pwita) e Juca, (dikanza).

    José Keno, o guitarrista emblemático dos Jovens do Prenda, foi o útlimo dos seis primeiros fundadores a entrar no grupo proveniente dos Sembas. Com a sua entrada, fica completa a primeira formação de Os Jovens do Prenda, com José Keno (viola solo), Zé Gama (baixo), Luís Neto (voz), Kangongo (tambor baixo) e Chico Montenegro (tambor solo).

    Os Kiezos

    Os Kiezos, formado na década de 60 por jovens oriundos de famílias humildes, animaram inicialmente festas de bairros, onde se notabilizou, granjeando o reconhecimento nacional.

    Motivado por uma paixão pelos ritmos nacionais, a sua música integrou, muitas vezes, influências de estilos musicais de artistas congoleses, latino-americanos, entre outros.

    Absorveram igualmente linhas melódicas de agrupamentos nacionais como os Negoleiros do Ritmo, Musangola e os Gingas. Apesar dessas influências, a banda não perdeu a sua originalidade em termo de ritmos, que o tornaram num dos maiores executantes da música popular urbana de Angola.

    Ao longo do seu percurso, Os Kiezos foram autores de músicas como “Milhoró”, “Comboio”, “Princesa Rita”, “Zá Boba”, “Monami”, “Jingololo”, “Tristezas não Pagam Dívidas”, temas que marcaram a vida de angolanos nas décadas de 70 e 80.

    Com 35 anos (1976) de carreira, o grupo teve como expoentes máximos o percussionista António Miguel da Silva (Kituxi), o vocalista Adolfo Coelho e o guitarrista Anselmo de Sousa Arcanjo (Marito).

    Este último, foi considerado um dos mais talentosos solistas do cancioneiro angolano dos anos 70 e 80, na mesma época em que pontificava ainda o guitarrista Zé Keno, de “Os Jovens do Prenda”.

    Kimbambas do Ritmo

    Criado no início da década de 60, os Kimbambas do Ritmo, sob liderança de José Eduardo dos Santos, tiveram um período de existência curto, devido ao facto de os seus integrantes, igualmente activistas políticos e grandes mobilizadores sociais, terem sido obrigados a juntarem-se à luta pela libertação do seu povo, a partir do exterior do país.

    Surgido a partir do Ginásio Futebol Club, no município do Sambizanga, era integrado por jovens, na altura, como José Eduardo dos Santos, Mário Santiago, Pedro De Castro Van-Dúnem “Loy”, Bia Santiago, Faísca, Bwanga, entre outros.

    Os Kimbambas do Ritmo cantavam uma música tradicional angolana da região de Luanda e as suas letras transmitiam uma mensagem que de igual modo integrava o aspecto político para o despertar das consciências, fundamentalmente no seio da juventude.

    O Muzongué da Tradição é um programa que teve o seu início em Fevereiro de 2007 e visa a promoção, divulgação e valorização da música angolana produzida nos anos 60, 70 e 80.

    O agrupamento Jovens do Prenda e os artistas Zecax, Dom Caetano e Proletário foram os primeiros convidados. O programa acontece mensalmente no primeiro domingo de cada mês.

    O evento faz parte da grelha de programas do Centro Recreativo e Cultural Kilamba, antigo Maria das Escrequenhas, que tem ainda “Farrar ao Antigamente” e “Show à Sexta-Feira”.

    Reinaugurado em Dezembro de 2001 pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, depois de longos anos voltado ao abandono, o Kilamba se tem dedicado nos últimos anos a promoção e a valorização da música angolana dos anos 1950, 60 e 70. (Angop)

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