A depleção dos níveis de oxigénio na água é apontada, pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha ( INIPM), como a causa da morte de peixes na Baía da Ilha de Luanda.
As pesquisas apontam que a água atingiu concentrações inferiores a 1.164 ml/L segundo a resolução da CONAMA 375/05 (2), sendo que o valor mínimo de oxigénio dissolvido para a preservação da vida aquática é de 5,0 ml/L.
De acordo com o INIPM a que a Angop teve acesso, a mortandade afectou, maioritariamente, as espécies mariquita, galucho, peixe prata, tainha, palheta e salmonete, típicas da Baia de Luanda.
Conforme a instituição, nesta altura é frequente registar-se ventos fracos e como consequência dificulta a mistura das massas, levando a estagnação, com depleção dos níveis do oxigénio dissolvido.
As temperaturas são inferiores a 23ºC associado ao excesso de matéria orgânica proveniente da actividade antropogénica resultam no florescimento de várias espécies de microalgas, com coloração da água acastanhada e depleção do oxigénio dissolvido.
Os investigação concluíram ainda que a baixa do oxigénio dissolvido altera o factor de condição das espécies, que em casos extremos, como ocorrido nos últimos cinco dias, leva a mortandade dos peixes por asfixia.
“Muitas microalgas que foram identificadas, de acordo com a comissão (COI), são referentes como produtores de biotoxinas, com impacto para saúde humana”, lê-se na nota.
A entidade apela a não comercialização e consumo de pescado capturado na Baía de Luanda.
O instituto, dentro do seu programa de investigação, tem previsto a continuidade de monitorização ambiental da Baia de Luanda para, no futuro, em colaboração com entidades estabelecer um sistema de alerta.