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    Inflação está a aumentar há cinco meses consecutivos

    (Foto: D.R.)
    (Foto: D.R.)

    Depois de ter atingido um mínimo histórico de 6,89% em Junho de 2014, o ritmo anual de crescimento dos preços acelerou para 7,49% em Novembro. Desvalorização do kwanza é um dos factores que explicam a derrapagem.

    O custo de vida em Angola aumentou 7,49% em Novembro de 2014 em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

    É o quinto mês consecutivo de subida da taxa de inflação homóloga angolana, medida pela variação do índice de preços no consumidor na província de Luanda num determinado mês do ano face ao mesmo mês do ano anterior. Depois de ter atingido um mínimo histórico nos 6,89% em Junho de 2014, o custo do cabaz que reflecte o consumo dos luandenses aumentou, em termos homólogos, 6,98% em Julho, 7,05% em Agosto, 7,19% em Setembro, e 7,48% em Outubro.

    Feitas as contas, entre Junho e Novembro, a taxa de inflação homóloga acelerou de 6,89% para 7,49%, isto é, um aumento de apenas 0,5 pontos percentuais.

    MISTÉRIO NOS PREÇOS

    A inflação em Angola está a subir há cinco meses consecutivos. O que preocupa não é tanto a subida – que, em termos homólogos, não excedeu os 0,5 pontos percentuais, passou de 6,89% em Junho para 7,49% em Novembro – mas a tendência.

    Pelo menos a avaliar pela reacção do Banco Nacional de Angola, o guardião da estabilidade dos preços em Angola. Depois de ter aliviado a política monetária, em Julho, argumentando com a tendência descendente da inflação, o banco central deu o dito por não dito e, em Outubro e Novembro, apertou a política monetária. Uma cambalhota justificada com a necessidade de atenuar a alta dos preços.

    E a alta só não foi ainda maior porque a inflação, sem que se perceba porquê, passou praticamente incólume à subida dos combustíveis decidida no final de Setembro pelo Governo. Se comparamos com o que sucedeu em 2010, o mistério adensa-se.

    Como explicamos na página 14 desta edição, em 2010, na sequência de um aumento dos combustíveis de 38%, a inflação mensal mais do que duplicou de 1,12% para 2,35%. Em 2014, na sequência de um aumento dos combustíveis de 25%, a inflação mensal praticamente não se mexeu, aumentando escassos 0,02 pontos percentuais, de 0,61% para 0,63%.

    Uma explicação possível poderia ser a mudança do cabaz que serve de base ao cálculo do índice de preços no consumidor (IPC), o qual sofreu algumas alterações. O aumento dos combustíveis afecta o IPC em duas classes: a habitação, água, electricidade e combustível e os transportes.

    Actualmente, a habitação, água, electricidade e combustível pesa 12,3% no cabaz, praticamente o mesmo que em 2010, quando pesava 12,5%. Já o peso dos transportes no cabaz desceu de 7,9% em 2010 para 6,5% em 2014.

    Estes números indiciam que não foi a alteração na composição do cabaz de consumo que justifica a diferença no impacto dos aumentos dos combustíveis em 2010 e 2014. Se não foi o cabaz, o que é que foi? Não se percebe porque é que a inflação aumentou tanto com a subida dos combustíveis em 2010 e tão pouco em 2014. Tem a palavra o INE  (expansao.ao)

    Por: Carlos Rosado de Carvalho

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