A produção média de petróleo em Angola foi de 1,7 milhões de barris/dia, entre Janeiro e Novembro, um período marcado pelo arranque da primeira fase do Projecto Satélites do Kizomba, no Bloco 15 do “offshore” angolano, noticiou a Angop.
A agência noticiosa angolana informa que, à semelhança de 2011, este ano a produção manteve um ritmo oscilante devido a problemas técnicos e de manutenção em alguns campos petrolíferos, o que colocou a actividade produtiva abaixo das expectativas.
As oscilações estão espelhadas nos resultados de 1,76 milhões de barris diários obtidos no primeiro trimestre, contra os 1,74 milhões de barris diários, no segundo.
A Angop cita dados do Ministério dos Petróleos que apontam que as “expectativas são animadoras”, afirmando que a produção angolana de crude aumenta para dois milhões de barris/dia até 2014.
O começo da produção da Fase 1 do Projecto Satélites do Kizomba dá lugar a um aumento da exploração da ordem dos 100 mil barris por dia e à recuperação de 250 milhões de barris em reservas estudadas nos campos Mavacola e Clochas.
A Fase 1 do Satélites do Kizomba não é a única descoberta no campo de exploração ocorrida em 2012. Outra de destaque aconteceu no Bloco 16, com a perfuração do poço Caporolo-1 em águas profundas do “offshore”.
Trata-se da segunda descoberta feita neste bloco depois do Chissonga-1. Com uma produção situada na casa de dois por cento do total mundial, o país registou em Maio a chegada do primeiro navio-tanque de transporte de Gás Natural Liquefeito (LNG) ao terminal de exportação, onde realizou testes preliminares de atracagem e de conexão do sistema de carregamento.
O processo é muito demorado e requer cautela redobrada, o que justifica o facto de, oito meses depois, parte do programa de testes ainda estar em curso. Quando tudo estiver pronto espera-se que a fábrica produza 5,2 milhões de toneladas de LNG por ano e forneça gás butano para consumo interno, tornando o mercado nacional auto-suficiente.
As autoridades angolanas estão a trabalhar na elaboração de uma legislação que propicie uma gestão eficiente do petróleo e do gás, tendo em atenção o desenvolvimento sustentável do país.
A legislação vai incluir medidas de tratamento de resíduos, estudos de impacto ambiental, gestão das descargas operacionais, prevenção e resposta a derrames, introdução de sistemas de gestão ambiental, auditorias e monitorização.
Nisso se enquadra a construção da Refinaria no Lobito, para a qual foi lançada a primeira pedra neste último mês do ano. A edificação da unidade industrial, considerada terceiro pilar do corredor de desenvolvimento do Lobito (juntamente com o porto e o Caminho-de-Ferro de Benguela), vai custar cerca de 700 mil milhões de kwanzas.
Até à conclusão do projecto são conhecidas duas fases, a da construção, com tempo de dois anos e meio, e a segunda e última, destinada à montagem das diversas linhas de refinação de petróleo, com três anos de duração. Em Novembro, perspectivou-se que a Sonangol realize, em 2013, uma segunda licitação de licenças de exploração do pré-sal, desta vez em blocos “onshore”. A mais recente jornada de licitações de blocos do pré-sal (offshore) foi realizada em Janeiro de 2011.
Os blocos a serem licitados são dez na Bacia do Soyo e cinco na Bacia do Kwanza. As licitações da Sonangol têm por objectivo atrair as pequenas e médias empresas para a exploração desses campos.
As receitas petrolíferas continuam a constituir a alavanca da economia nacional e principal fonte do OGE, a par do processo de diversificação da actividade económica em curso no país. (jornaldeangola.com)