A Itália está disponível a ajudar Angola a criar produções agrícolas protegidas, o que fará com que as culturas tradicionais angolanas se efectivem e sirvam de cartaz no processo de produção nacional, afirmou no Lubango, o embaixador da Itália em Angola, Claudio Miscia.
Em declarações à Angop, o diplomata disse que esse procedimento é uma “peculiaridade” de países como a França, Itália, Espanha, Portugal, mas em África há também governos que já apostaram nesta cultura, como Marrocos e Moçambique.
Segundo a fonte, na Huíla há produtos que devem merecer esse tipo de atenção, como os morangos da Humpata, o chouriço caseiro do Lubango, que poderiam chegar a esse reconhecimento. Este tipo de produção tem vantagens para a população local, que poderão ter auto-margem de lucro.
“Angola tem um problema que nós também tivemos depois da guerra, a identificação das comidas autóctones e todo mundo teve a tendência de encontrar outros alimentos que diziam respeito as reais necessidades do povo na altura, mas chegada a paz há necessidade de se rever as comidas do passado que eram saudáveis”, reconheceu.
“Eu lembro o meu avô colocava o pão velho na água, ele todo rijo, esmorecia e era regado com azeite e um pouco de tomate, parecia uma comida de gente pobre, mas hoje em dia é servida até nos cocktails diplomáticos como alimento de alto requinte, isso chama-se reapropriar das tradições para valorização do que é nosso”, continuou o embaixador.
O embaixador da Itália em Angola, Claudio Miscia, trabalhou dois dias na Huíla, no quadro da promoção do filme transalpino, na versão portuguesa, “Um italiano em Angola”, rodado há 50 anos no país e que mostra, de uma maneira prática, como esse país europeu se tornou amigo dos angolanos, mesmo antes da independência.