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    Huíla: Docentes querem inclusão das línguas nacionais no ensino

    A inclusão de programas de línguas nacionais no processo de ensino e aprendizagem do país constitui factor decisivo para facilitar a comunicação com os povos das zonas onde não se fala o português fluentemente, afirmaram este sábado, no Lubango (Huíla), os professores dessa região.

    Para os docentes, citados pela Angop, a materialização desse desiderato passa, em primeiro lugar, na inclusão do programa de línguas nacionais na Proposta de Lei da Política Curricular, apresentada este sábado na capital da província da Huíla.

    Em declarações à Angop, o professor de língua nacional Nhaneka, Manuel Gomes, apontou a falta de valorização das línguas nacionais como uma das insuficiências/falhas que esta proposta apresenta, por não conter em nenhum dos seus artigos propostas relacionadas com esta temática.

    Para ele é preciso que os mentores dessa nova reforma pensem na inclusão das línguas nacionais, para facilitar o processo de ensino e aprendizagem na zonas onde não se fala o português.

    Se um professor, exemplificou, implementar um teorema de língua portuguesa, nas comunidades rurais, o aluno não vai compreender nada, mas se traduzir na sua língua materna, ele até chega a dar uma resposta imediata.

    Por sua vez, o secretário local do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), da Huíla, João Francisco, afirmou que se o Ministério da Educação pretende evoluir para um sistema de educação inclusivo, deve antes fazer uma apresentação da Lei e, posteriormente, buscar contribuições necessárias que ajudem a melhorar o sistema.

    Segundo ele, isso permitirá que as pessoas tenham um espaço para poder lerem, analisar convenientemente e emitir a sua opinião, mas a rapidez com que se quer colher subsídios, sem mesmo que os eventuais contribuidores tomem contacto real com a proposta, pode ferir o projecto.

    Já o professor de matemática do ensino geral, Manuel das Mangas, considerou que a proposta de Lei da Politica Curricular, “bem implementada” trará novas directrizes ao novo sistema que se pretende eleger a nível do sector da educação, devendo, no entanto, ater-se à realidade do país.

    Acredita que em função dos problemas que Angola viveu desde as reformas de 1978 a 2004, agora “é imprescindível” pensar numa reforma diferente das anteriores e com ferramentas necessárias e orientadoras para o processo de ensino e aprendizagem.

    Na ocasião, o chefe do departamento de apoio ao director do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), Simão Agostinho, disse que para o alcance desse desejo a proposta sugere a criação de um conjunto de dispositivos jurídico-legais, capazes de subsidiarem o cumprimento dos objectivos educacionais do Estado angolano.

    Afirmou que objectivo é criar um currículo nacional de cumprimento obrigatório, como é definido, no número 01 do artigo 105º da Lei 17/16, de 07 de Outubro, que consagra o enquadramento jurídico da política curricular dos níveis de ensino, ou seja da educação pré-escolar ao II ciclo.

    Para a directora do gabinete provincial da Educação, Paula Joaquim, com apresentação da Proposta da Lei da Política Curricular, o Executivo conseguirá, de forma mais alargada, procurar mecanismos para ajudar a desenvolver habilidades e explorar o saber dos alunos, dando valor aos mesmos.

    “Esta proposta de lei prevê uniformizar as dimensões curriculares e contextualizar os conteúdos à realidade angolana. Acreditamos que com a realização desta apresentação haverá contribuições para que se atinja os objectivos curriculares traçados pelo Ministério da Educação na melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem”, reforçou.

    Depois de Luanda e Huíla, o projecto segue já na próxima semana para a província de Malanje, com o mesmo objectivo.

    A respectiva Proposta de Lei da Política Curricular, composta por 86 artigos, visa dar as novas transformações ao processo de ensino e aprendizagem no país.

    O acto de discussão desta proposta é uma iniciativa do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), com vista a promover uma educação de qualidade, que passa por uma planificação sistematizada do ensino e da aprendizagem.

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