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    Hino milionário: Produtoras excluídas entendem que só o Governo deve esclarecer polémica

    Face à notícia publicada pelo Novo Jornal na sua edição n.º 648, que dá conta de um escândalo no contrato milionário do hino dos 45 anos da Independência Nacional, as empresas Guelvamos Produções e a Step Models, concorrentes “derrotadas” pela Karga Eventos no concurso público para conceber a letra, gravar a música e produzir o videoclipe oficial de celebração da efeméride, recusam emitir opinião sobre as irregularidades no processo e consideram que compete ao Governo esclarecer publicamente o assunto.

    De 14,3 milhões Kz iniciais, o então Ministério da Cultura assinou com a Karga Eventos um contrato em que a empresa deve encaixar 148,3 milhões para tratar da música, vídeo e publicidade dos 45 anos da Independência.

    O valor é 10 vezes superior ao que a empresa do músico Big Nelo tinha apresentado quando lhe foi atribuída a responsabilidade do projecto.

    “Pela informação de que dispomos até ao momento, exposta publicamente, não temos dados suficientes que nos levam a concluir pela existência de irregularidades. Apenas as entidades públicas que reúnem todas as peças do processo podem esclarecer se houve ou não irregularidades. E, tanto quanto sabemos, não houve, até ao momento, esclarecimentos neste sentido”, disse Guelmo Cruz, CEO da Guelvamos Produções, que diz não ter conhecimento de que “o concurso tenha violado as regras e leis vigentes dos concursos públicos”, apesar de a sua empresa, criada em 2017, segundo o Diário da República, ter perdido para Karga Eventos, constituída a 16 de Outubro do ano passado, quatro meses antes do concurso.

    Por sua vez, a CEO da Step Models, Karina Barbosa, diz que a sua empresa apresentou ao Governo um projecto “mais complexo e ambicioso”, que incluía não apenas a simples gravação de uma música mas também a concepção do hino comemorativo dos 45 anos da Independência do País, que englobava uma série de acções “satélites complementares”.

    Karina Barbosa disse que, se a sua produtora vencesse o concurso, a proposta de 198.000.000 Kz apresentada serviria para custear 136 horas de aluguer de estúdios em Angola, 56 horas de estúdios em Lisboa e Joanesburgo, para integrar também artistas angolanos que estão a residir nestes países. A proposta da Step Models também previa o pagamento de direitos autorais para artistas e compositores, para além do dinheiro para os cantores, músicos, instrumentistas e vozes de apoio, arranjos musicais, mistura e masterização.

    O valor serviria também para custear o marketing de apoio, que incluía a impressão de 3.000 t”shirts com o logótipo bordado, bem como a edição e produção de um CD com três mil exemplares para o Estado distribuir gratuitamente. Incluía “os custos de transporte, desalfandegamento e todos os encargos com a AGT e SADIA”.

    “A qualidade e os profissionais de excelência têm o seu valor e pagam-se em qualquer parte do mundo”, referiu a empresária em declarações ao NJ.

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