A condenação do ex-ministro ruandês Augustin Ngirabatware pelo seu papel no genocídio de 1994 no Ruanda foi finalmente confirmada esta sexta-feira, 27, pela justiça internacional após uma revisão do seu julgamento.
O ministro do Plano na época do genocídio, que causou 800.000 mortes de acordo com a ONU, principalmente membros da minoria tutsi, Augustin Ngirabatware havia sido condenado em apelação a 30 anos de prisão pelo Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (ICTR), por genocídio e incitação a cometer genocídio na sua comuna de Nyamyumba (noroeste do país).
Em Junho de 2017, o Mecanismo para Tribunais Penais Internacionais (MICT) aceitou o seu pedido de revisão do seu julgamento – o primeiro de um condenado por ICTR – com base em retratos de testemunhas que o incriminaram.
Porém, algumas dessas testemunhas, lembradas no bar, finalmente mantiveram o seu testemunho inicial, explicando ter um momento para se retrair após a pressão e a intimidação dos parentes de Ngirabatware.
“A Câmara decide por unanimidade que a sentença permanece em vigor em todos os seus aspectos”, disse o juiz Theodor Meron, durante uma audiência em Arusha (Tanzânia).
Nascido em 1957 em Nyamyumba, Ngirabatware é genro do empresário Félicien Kabuga, o mais conhecido ICTR acusado ainda em fuga.
Médico e economista formado na Suíça, Ngirabatware fugiu do Ruanda em Julho de 1994. Trabalhou em institutos de pesquisa no Gabão e na França, antes de ser preso na Alemanha em 2007 e depois transferido para o ICTR um ano depois.