Consternado com a morte de André Mingas, Filipe Mukenga, seu companheiro e amigo, prestou-nos o seguinte depoimento:
“Conheci o André Mingas através do seu primo, Filipe Zau, no meu regresso a Luanda, depois de ter sido delegado provincial do extinto Ministério da Informação, no Huambo, em Agosto de 1977. Nunca tinha ouvido falar dele, contudo, logo se estabeleceu uma excelente relação de amizade, que se foi cimentando nas tertúlias sobre música e os nossos pontos de vista eram coincidentes. Fomos vizinhos no bairro Prenda, daí os nossos encontros serem mais frequentes. Dei-lhe a conhecer as canções “Humbiumbi”, “Lei”, um poema de Alexandre Dáskalos que criei a melodia, “Ji minina”, canção popular de roda, do Quéssua, localidade da província de Malanje, e “Tchipalepa”, que o André Mingas interpretou à sua maneira. Contudo, aprendi com ele a utilizar os acordes dissonantes, característicos do jazz, dando à minha música um padrão mais internacional, motivando a sua interpretação por vozes consagradas. Julgo que o gosto do belo, está na origem da sua opção pela arquitectura, tendo deixado valiosos contributos, no processo de requalificação da cidade de Luanda. Rendo-lhe a minha respeitosa homenagem.”
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Jornal de Angola