(REUTERS/Enrique De La Osa)
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) confirmaram nesta terça-feira (18) ter sequestrado o general Ruben Alzate, o cabo do exército Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego, todos colombianos. A captura, realizada no último domingo e que até então não havia sido ratificada pelo grupo, resultou na suspensão das negociações de paz com o governo colombiano.
Um comunicado publicado hoje no site das FARC confirma o sequestro e promete “respeitar a vida, a integridade física e moral” dos prisioneiros. “Vestidos à paisana, eles foram capturados por nossos integrantes porque eles foram considerados como militares inimigos em uma zona de guerra”, afirma o documento.
O general Rubén Alzate, o cabo do exército Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego foram raptados quando viajavam para supervisionar um projecto energético no Estado do Choco, no oeste da Colômbia.
Suspensão dos diálogos de paz
Em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão ontem (17), o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que a suspensão dos diálogos de paz com as FARC será mantida até que os três reféns capturados no domingo sejam libertados.
Desde o início de 2012, as FARC se comprometeram a não sequestrar mais civis, mas se reservam o direito de raptar policiais ou militares, considerados prisioneiros de guerra. Nesta manhã, o grupo disse que pretende resolver o impasse “o mais rápido possível” para que o processo de paz avance em direcção a um acordo final.
“É preciso encontrar uma solução para o que acontece aqui na Colômbia”, declarou hoje um dos negociadores da rebelião, Pastor Alape, completando que as FARC ficaram surpresas com a decisão do governo de suspender as negociações. “O processo de paz, cujos avanços geraram esperança e reconciliação, não pode ser ameaçado por decisões impulsivas”, finalizou.
Negociações encontram obstáculos
A rodada de discussões de paz que acontece em Havana, Cuba, completa dois anos nesta quarta-feira (18). Entre os pontos positivos, podem ser citados os avanços nas negociações sobre a reforma agrária, a participação política da guerrilha e o problema das drogas ilícitas.
A questão da indemnização das vítimas e o abandono da luta armada pelos guerrilheiros ainda encontram obstáculos. (rfi.fr)
