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    Falta de enfermeiros leva director e guardas a dar medicamentos aos reclusos

    O diretor de uma prisão ou guardas prisionais a distribuírem medicamentos aos reclusos são alguns exemplos do impacto da falta de profissionais de saúde denunciada hoje pelo director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

    Celso Manata falava aos jornalistas no final de uma visita efectuada pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e pela Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, ao Hospital Prisional São João de Deus.

    A visita visou acompanhar as condições de aplicação do despacho conjunto que visa melhorar o acesso da população reclusa, jovem e adulta, ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) em condições de igualdade dos demais cidadãos.

    A este propósito, Celso Manata reconheceu que existe um “problema gravíssimo de recursos humanos”, o qual não está sequer a ser resolvido com recurso a empresas, pois estas não conseguem assegurar a presença de profissionais, tendo em conta o valor que lhes pagam.

    “Tínhamos o sistema assente no relacionamento com as empresas. Esse relacionamento já se percebeu que não funciona porque falha com muita frequência”, disse.

    Perante a ausência destes profissionais, são cada vez mais frequentes as situações em que, chegada a hora de administrar os medicamentos, têm de ser os guardas a fazê-lo.

    A situação é complicada em todas as prisões, mas especialmente grave em Setúbal.

    No Algarve, por exemplo, teve de ser o director do estabelecimento, em Silves, a administrar a medicação aos reclusos num dia em que não foi possível outra solução.

    Celso Manata referiu que foram solicitados ao Ministério da Justiça cerca de 50 médicos e 59 enfermeiros, um pedido aceite pela tutela, mas que aguarda ainda pela autorização das Finanças.

    O director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais alerta para outras consequências desta falta de pessoal que passam por uma desnecessária repetição de exames.

    “Como o médico está sempre a rodar e não conhece a pessoa está sempre a pedir os exames todos e prescreve toda a medicação que é pedida”, disse, lamentando esta situação que, além de não ser a mais indicada em termos de saúde, custa muito dinheiro ao Estado. (Observador)

    por Lusa

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