Presidente do Eurogrupo criticou o primeiro-ministro grego, que decidiu referendar as propostas dos credores. Está fechada a porta a um acordo, diz Dijsselbloem. [Em atualização]
O presidente do Eurogrupo considera que o governo grego tomou uma “decisão lamentável” ao decidir submeter a proposta da troika a um referendo. Jeroen Dijsselbloem não esconde que, para ele, a escolha do governo de Alexis Tsipras foi uma “surpresa negativa”.
“Estou negativamente surpreendido pela decisão do governo grego. Aparentemente, rejeitaram as últimas propostas que as três instituições colocaram em cima da mesa e, seguindo um princípio negativo, propuseram que o parlamento aprove um referendo, dando, mais uma vez, aconselhamento negativo ao povo grego”, disse o holandês.
“É uma triste decisão, da parte da Grécia, porque fecharam a porta a futuras conversações, quando eu tinha em mente que a porta continuava aberta”, afirmou Dijsselbloem, à chegada a Bruxelas, minutos antes de se reunião com os ministros das finanças da zona euro, para analisar as “consequências” das decisões de Atenas.
“Estamos aqui para ouvir o ministro grego e depois falaremos sobre as consequências futuras”, afirmou o presidente do grupo de ministros das Finanças da zona euro.
Michel Noonan, o ministro das Finanças irlandês, juntou-se a Dijsselbloem nas críticas, acusando a Grécia de “terminar unilateralmente as negociações”. Noonam disse ainda que é impossível saber o que vai acontecer na próxima semana, destacando que “estamos a entrar em águas desconhecidas”. O ministro das Finanças espanhol, Luís de Guindos, referiu que esta “rutura unilateral” das negociações obriga a zona euro a ficar mais próxima de um “plano B”.
Também o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, referiu que não há qualquer base para futuras conversações com Atenas, mas ressalvou que, com a Grécia, não se podem excluir eventuais surpresas.
Christine Lagarde, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, por outro lado, disse em Bruxelas que os credores internacionais querem continuar a trabalhar para “restaurar a independência financeira da Grécia”, tal como foi feito para a Irlanda e Portugal.
O Eurogrupo tem esta tarde a reunião que foi considerada “decisiva” para a Grécia, ainda que os ministros das Finanças da zona euro tenham sido surpreendidos na sexta-feira com o anúncio de Alexis Tsipras, que pretende convocar um referendo para o dia 5 de julho, de forma a colocar à consignação do povo grego a aceitação – ou não – das propostas dos credores para extender o resgate à Grécia, permitindo a Atenas pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI. Tsipras deverá agora pedir, segundo as últimas informações, uma extensão temporária do resgate até à realização do referendo. O pagamento ao FMI terá de ser feito até à próxima terça-feira, dia 30 de junho. (dn.pt)
Estão sendo muito lenientes com a Grécia já fazem quase 5 anos. Está na hora de expulsar este país da zona do euro se não aceitar, e não implementar logo, todas as propostas da troika.