O Departamento de Estado dos EUA acusou hoje Nicolás Maduro e as forças de segurança venezuelanas de terem detido ilegalmente o deputado Juan Requesens, que o Chefe de Estado diz estar envolvido no falhado atentado de 4 de Agosto.
“(Nicolás) Maduro e a sua polícia secreta continuam a ignorar o estado de Direito, com a detenção ilegal de um membro da Assembleia Nacional (parlamento), constitucionalmente eleito, Juan Requesens”, refere uma mensagem publicada na conta oficial do Departamento de Estado em castelhano.
Segundo o Departamento de Estado, a detenção, que teve lugar a 7 de Agosto último, é “o último exemplo, numa larga ladainha de abusos de Direitos Humanos” na Venezuela.
A família de Juan Requesens emitiu domingo um comunicado explicando que falou telefonicamente com o deputado, pela primeira vez desde que foi detido, de quem desconhecia e não podia “dar fé das condições físicas e psicológicas”, uma vez que “o regime o mantém sequestrado”.
“Parece-nos estranho que após mais de 120 horas desde o seu sequestro pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN – serviços secretos) nos neguem qualquer possibilidade de vê-lo, de constatar o seu estado físico e para que os advogados possam conversar com ele”, explicam os familiares.
Em 4 de Agosto, duas explosões que as autoridades dizem terem sido provocadas por dois drones obrigaram o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
O Governo venezuelano acusou a oposição de estar envolvida no alegado atentado, em conjunto com opositores radicados no estrangeiro, em Miami e na Colômbia.
Três dias depois, a oposição denunciou que o deputado Juan Requesens foi espancado e detido por funcionários do SEBIN.
Horas depois o regime divulgou um vídeo em que o parlamentar vinculava, alegadamente, o ex-presidente do parlamento, Júlio Borges, com os autores do atentado.
A oposição acusou o regime de submeter Juan Requesens a “tortura e maus-tratos cruéis” e divulgou um outro vídeo em que o deputado aparece em roupa interior, sujo e num estado de consciência alterada “difícil de explicar numa pessoa que está sob vigilância extrema”.
O Presidente Nicolás Maduro reagiu ao vídeo divulgado pela oposição e explicou, através da televisão estatal, que Juan Requesens “ficou muito nervoso quando foi capturado e teve que ser atendido por médicos do SEBIN”. (Notícias ao Minuto)
por Lusa