Prevê-se que o novo regime cambial aplicável ao sector petrolífero venha a contribuir para o aumento da liquidez dos bancos comerciais locais, influenciando a queda dos juros aplicados aos empréstimos.
As taxas de juro de 23 por cento a 25 por cento praticadas pelos bancos comerciais para os empréstimos concedidos aos empresários nacionais não são compatíveis com a dimensão dos projectos apresentados pelos investidores nacionais, segundo defendeu recentemente o director executivo da Câmara de Comércio Angola-Estados Unidos da América (USACC),Pedro Godinho.
De acordo com o responsável, que falava num debate promovido pelo USACC-Magazine-programa radiofónico emitido pela rádio Luanda Antena Comercial (LAC) – sobre os impactos da Nova Lei Cambial (NLC) aplicável ao sector petrolífero, as “altas” taxas de juro praticadas pelos bancos nos créditos dados aos empresários locais têm retraído o investimento de nacionais.
“Os projectos não são comportáveis com as taxas que se exigem aos empresários”, disse o gestor, acrescentando que os investidores fogem no momento em que lhes são apresentadas as taxas, acreditando, porém, que com a NLC as coisas podem mudar. Como disse, a aplicação da lei trará mais dinheiro à economia do País, criando fluxos e mais liquidez aos bancos comerciais, o que vai forçar estes a baixarem as taxas de juro e, como consequência disto, o surgimento de mais investimentos empresariais.
Para João Fonseca, um dos administradores do Banco Africano de Investimento (BAI), que também participou do debate, no momento actual, a prática de taxas de juro elevadas já não se justifica, pois que, como afirmou, em tempos idos a sua aplicação se justificava pela falta de liquidez que os bancos comerciais quase que na totalidade apresentavam, como consequência da crise financeira internacional, entre 2008 e 2009. (expansao.pt)