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    Empresário angolano detido por burla no caso Jardim do Éden

    Os Serviços Penitenciários confirmaram, ontem, a detenção, na Comarca de Viana, do empresário angolano José Ferreira Ramos, após interrogatório pela DNIAP, acusado de crimes de burla por defraudação e abuso de confiança, resultantes da venda de casas no projecto Jardins do Éden

    O porta-voz dos Serviços Penitenciários, Meneses Cassoma, confirmou a detenção desde a tarde de 07 de Maio, no estabelecimento prisional de Viana. José Ferreira Ramos é acusado de crimes de burla por defraudação e abuso de confiança que têm sido investigados nos últimos meses pelo Serviço de Investigação Criminal.

    Passados nove anos, mesmo depois de terem pago as residências, cujos preços variam entre os 200 e os 500 mil dólares, muitos cidadãos não receberam as habitações. O endereço físico da empresa até ao momento é desconhecido e os contactos telefónicos não funcionam, segundo alguns queixosos em entrevista ao jornal OPAÍS. Este é um caso que se arrasta desde 2009.

    Mas, passados nove anos, os cidadãos dizem que não receberam as respectivas residências, nem conseguiram reaver o seu dinheiro, apesar de todas as diligências feitas neste sentido.

    A situação torna-se mais caótica porque, segundos os lesados, ao longo desses anos a empresa Jardins do Éden (Ridge Solutions) tem vindo a mudar de escritórios permanentemente, o que vem impossibilitando o contacto entre a entidade acusada e o grupo de queixosos. Um dos queixosos, João Coelho, funcionário público, chegou inclusive a recorrer a empréstimos bancários para pagar, em 2009, 176 mil dólares por uma residência do tipo T-4, cujo valor total estava orçado em 389 mil e 289 dólares norte-americanos.

    No entanto, passado mais de um ano, o mesmo alegou não ter recebido a tão almejada residência, nem sequer lhe teriam sido comunicados os motivos reais que impossibilitaram a entrega da casa.

    De acordo com João Coelho, na altura da celebração do contrato, a empresa lhe havia ainda mostrado um lote que supostamente seria o espaço onde deveria ser construída a sua residência, mas, tempos depois verificou-se que o mesmo lote estava passado em nome de uma outra pessoa.

    Em 2012, depois de muito tempo à espera, João Coelho decidiu accionar os órgãos de justiça, recorrendo ao Tribunal Provincial de Luanda, solicitando assim a devolução dos valores por parte da empresa Jardins do Éden, na pessoa do seu representante e sócio-gerente José Ferreira Ramos. Depois de muito tempo sem alguma intervenção das autoridades competentes, José Ferreira Ramos é surpreendido com esta prisão, numa altura em que perdeu recentemente a esposa, vítima de Gripe A, na Clínica Girassol.

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